sexta, 29 de março de 2024
Previdência Pública

No Brasil, maioria dos investidores quer viver do INSS

Especialista alerta para a necessidade de se ter investimentos auxiliares

04 outubro 2019 - 18h44Por Redação SpaceMoney
Mesmo com uma reforma da previdência que aumenta a idade mínima de aposentadoria e que cessa alguns benefícios estar prestes a ser aprovada no Senado, 56% dos investidores brasileiros declararam pretender viver da previdência pública após se aposentar. O dado é da segunda edição do Raio X do Investidor, pesquisa divulgada em 2019 com base em levantamento realizado em 2018 pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e o Instituto Datafolha. Para a  pesquisa, foram entrevistadas mais de 3,4 mil pessoas de todo o país. O estudo tem o objetivo de conhecer os hábitos de poupança e investimento da população brasileira. Abaixo, você encontrará a análise que a SpaceMoney fez do estudo em relação a opção de aposentadoria dos brasileiros e ainda conhecerá o atual perfil médio do investidor brasileiro. Será que você está nessa média? Veja a seguir.

Brasileiros pretendem viver da previdência pública

Atualmente, o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou seja, a quantia máxima que poderá ser paga pelo Estado ao aposentado é de R$ 5.839,45. Para conseguir esse valor máximo o trabalhador precisa contribuir com 11% do valor do teto durante pelo menos 80% da sua vida ativa. Assim, a pessoa deve contribuir com algo em torno de R$ 642 mensais durante, aproximadamente, 35 anos. “Um idoso tem muitas despesas com saúde e estadia e quando você coloca todos os gastos no papel, o INSS não dá conta. Acredito que a previdência pública precisa ser acompanhada de outros investimentos auxiliares”, opinou Leandro Botelho, gerente de projetos da Ipê Avaliações. 56% apostam em previdência pública

Então, por que os brasileiros querem viver da previdência pública?

Na opinião de Botelho, “às vezes existe uma certa demora da população para notar as consequências que as reformas causam”. Além disso, Botelho acredita a falta de informação sobre as possibilidades de aposentadoria também influencia para o número. “Hoje há muitos fundos de previdência e investimentos de longo prazo, mas que são desconhecidos”, disse.

Qual é o perfil do investidor brasileiro?

Além dos dados sobre a preferência de aposentadoria dos investidores brasileiros, o Raio X do Investidor da Anbima também levantou dados para descobrir qual é, na média, o perfil do investidor brasileiro. Os dados foram levantados até novembro de 2018 e mostram que 54% dos investidores do Brasil  são homens. Para o estudo, foi definido que o investidor é aquela pessoa que possui pelo menos uma aplicação financeira, variando da poupança até a compra de ativos. Na média, eles possuem 42 anos e pertencem, em sua maioria (56%) à classe C. O estudo também apurou que 49% dos investidores brasileiros possuem uma renda familiar mensal de R$ 5 mil. Além disso, O Raio X do Investidor levantou que 53% dos investidores residem no Sudeste do país. Essa região concentra, aproximadamente, 42% da população e 69% das pessoas mais ricas do Brasil, segundo levantamento da revista Forbes em 2016. Raio X do Investidor brasileiro “Por conta de um contexto histórico, a região Sudeste concentra a maior parte da população brasileira e também a maior riqueza do país. Aqui, as pessoas possuem um salário mais alto e, por isso, acredito no efeito da desigualdade por conta da renda. Quanto mais uma pessoa ganha, mais ela pode poupar e, assim, investir”, explicou o gerente.

Quantos brasileiros investem e onde o estão investindo?

Em 2018, o Brasil tinha uma população de cerca de 208 milhões de pessoas, segundo o IBGE. Entretanto, apenas 42% dessa população investiam em algum produto financeiro. Além disso, enquanto em 2019 a B3 bateu o recorde de investidores pessoas físicas, totalizando 0,5% da população, nos EUA 65% da população investe em renda variável. Na visão de Leandro Botelho, o número de investidores no Brasil ainda é muito inferior se comparado a outros países por conta da renda do país. “A maior parte da renda do brasileiro vai para o consumo e necessidades básicas. Não sobra muito para ela utilizar no futuro ou aplicar”, analisou. Além disso, o estudo da Anbima mostrou que 88% dos brasileiros investe na poupança. Na visão de Botelho, esse número elevado pode ser explicado pela desinformação. “A poupança é um investimento fácil de fazer. Se você tem uma conta no banco você já consegue aplicar nela. Mas em questão de rendimento é um dos piores. Na regra atual, rende 70% da Selic, que se encontra em sua mínima histórica. Acredito que o percentual alto se deve porque as pessoas temem o que não conhecem. Pela falta de informação, não conhecem outros investimentos tão seguros quanto a poupança e que rende mais”, finalizou. Previdência pública Como você acompanhou na SpaceMoney, há investimentos com maior rentabilidade e que oferecem a mesma segurança. Aproveite as nossas dicas para juntar a sua reserva de emergência e diversificar seus investimentos.

Por que vias os brasileiros investem?

Se você está animado com a tendência da desbancarização do país, vá com calma. De acordo com o Raio X do Investidor, 70% dos brasileiros preferem investir por meio de um banco do que corretoras. Além disso, 42% dos entrevistados se sentem mais seguros obtendo informações em uma conversa cara a cara com um gestor. Veja o gráfico abaixo Previdência pública