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Com baixa liquidez, investimentos alternativos podem oferecer retorno alto

26 maio 2020 - 17h35Por Redação SpaceMoney

Com a taxa básica de juros da economia brasileira no nível mais baixo da história — a Selic está em 3% ao ano —, ficou mais difícil obter o retorno desejado na sua carteira de investimentos, não é mesmo? Esse é o desafio atual de muitas pessoas que já formaram sua reserva financeira e querem conquistar outros objetivos proporcionados pelo acúmulo de capital, como uma viagem dos sonhos ou uma casa na praia. A boa notícia para esse perfil de investidor é que existe uma extensa gama de possibilidades além das modalidades conhecidas por todos, como caderneta de poupança, títulos públicos, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), fundos de investimento e ações. São os investimentos alternativos, que não estão listados em nenhuma bolsa ou mercado de balcão e podem ser compostos de ativos tão diferentes quanto títulos judiciais e private equity (compra de participação ou controle de empresas não listadas). Em comum, esses investimentos têm baixa liquidez (ou nenhuma, no curto prazo), mas oferecem a perspectiva de altos retornos (acima de 10% ao ano). Para apresentar um panorama detalhado sobre esse mercado, a SpaceMoney contará com um artigo quinzenal sobre “Investimentos Alternativos” escrito por Arthur Farache, CEO da Hurst Capital, plataforma digital especializada em ativos reais. “Dependendo do perfil de liquidez e da carteira do investidor, os investimentos alternativos podem representar de 10% a 30% do patrimônio, de forma saudável”, diz Farache. “Mas é importante ressaltar que não são investimentos para quem está começando, principalmente pela baixa liquidez.”

Oportunidades garimpadas nos tribunais

Desde sua fundação, em 2017, a Hurst já estruturou operações que somam cerca de R$ 400 milhões e incluem principalmente títulos judiciais, como precatórios, que é um instrumento de cobrança de dívidas reconhecidas por governos. Outro ativo muito buscado são títulos de dívidas de empresas com fornecedores, por exemplo. Funciona assim: os “robôs” da empresa vasculham processos judiciais em grande volume e identificam oportunidades. Aí entram em cena os analistas da Hurst, que estudam as melhores possibilidades de lucro e oferecem ao autor do processo um valor menor que o pedido originalmente. Assim, a Hurst assume o “risco” de esperar o pagamento e divide a diferença com outros investidores por meio da plataforma, que oferece oportunidades a partir de R$ 10 mil. “Os títulos judiciais privados são uma oportunidade bastante grande neste momento. Nós escolhemos multinacionais, seguradoras e bancos, por exemplo, empresas com saúde financeira robusta”, diz Farache.