quinta, 25 de abril de 2024
xp coronavírus

Coronavírus: XP reavalia preços-alvo das ações na bolsa de valores

18 março 2020 - 15h43Por Redação SpaceMoney
Em relatório publicado nesta quarta-feira (18), a XP Investimentos afirma que está reavaliando o cenário, e os preços-alvo das ações cobertas pela consultora, além do índice Ibovespa “dado o cenário de rápida deterioração e escalada da crise global” causados pelo coronavírus. Por isso, preços-alvo podem permanecer distorcidos no curto prazo. Os três riscos principais são aumento de alavancagem e da dívida em dólares, e menor liquidez corrente por parte das empresas. Analistas enxergam que os setores mais afetados, com impactos operacionais médios a altos, são varejo, bancos e distribuição de combustíveis. O destaque vai para companhias aéreas. Por outro lado, algumas empresas, como elétricas e de saneamento, e até as varejistas Magazineluiza e Renner devem superar melhor os danos. “O nível de rentabilidade e resultado operacional das empresas melhorou bastante nos últimos anos, e deve voltar a sofrer com a queda nos preços das commodities, como o petróleo, além das restrições de oferta e demanda impostas pelo coronavírus nos próximos meses”, diz XP. A consultora acredita que esse cenário aumentará os níveis de alavancagem. Outro risco seria menor disponibilidade de liquidez de curto prazo para pagamento das dívidas deste ano e 2021. “Empresas listadas em Bolsa dificilmente devem vir a ter problemas de liquidez e refinanciamento das suas dívidas. Esse risco será maior para companhias privadas e menores”, ressaltam especialistas. Já o dólar em forte alta “pressiona ainda mais empresas com endividamento ou custos atrelados à moeda”, como companhias aéreas, o setor mais afetado até agora devido à pandemia de Covid-19. “O endividamento das companhias poderia aumentar substancialmente, tanto pelo efeito da variação cambial como pelo efeito da redução do resultado operacional”, avalia. A consultora prevê queda adicional de cerca de 20% nos múltiplos atuais, que levaria a baixas no preço das ações de até 70%.