Beatriz Goulart, esposa do jornalista Maurício Kubrusly, revelou os desafios emocionais enfrentados pela família após o diagnóstico de demência fronto-temporal (DFT) do marido.
Em uma prévia do documentário “Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí”, exibida no programa Fantástico no último domingo (1), Beatriz contou que o jornalista, de 79 anos, já não consegue lembrar os nomes das pessoas, exceto o dela.
“Única pessoa que ele sabe o nome é o meu. Ele apagou todos os nomes, assim, é um negócio meio forte para mim”, relatou Beatriz.
Apesar disso, ela destacou que Kubrusly mantém o carinho pelas pessoas à sua volta. “Ele sempre fica me chamando, quer entender, quer estar junto. Ele continua gostando de todo mundo, como se fosse apresentado novamente a uma pessoa que ele conhece há 30 anos.”
O documentário, que estreia no Globoplay nesta quarta-feira (4), promete retratar a trajetória do jornalista, que é um dos grandes nomes da televisão brasileira.
A luta contra a demência
A DFT é um tipo de demência que afeta principalmente o comportamento e a personalidade, em vez da memória, como no caso do Alzheimer.
A doença, sem cura até o momento, pode se manifestar entre os 45 e 65 anos, afetando pessoas em plena atividade. A família de Kubrusly tornou público seu diagnóstico em 2023, sete anos após o início dos sintomas.
Além das dificuldades diárias, Beatriz compartilhou momentos delicados vividos com o marido. Em entrevista à revista Veja, ela revelou que o jornalista chegou a cogitar a eutanásia, prática proibida no Brasil.
“Maurício chegou a mencionar seguir o mesmo caminho escolhido por Antonio Cicero (escritor que fez eutanásia). ‘Não tenho mais o que fazer aqui’, disparou certa vez. Eu o demovi da ideia. Não vou ficar viúva, não. Mas estou me preparando para o dia em que ele esquecer meu nome”, contou.
Com informações de UOL.