A Crefisa saiu como a grande vencedora no leilão que definiu os bancos responsáveis por operar a folha de pagamento do INSS para o período de 2025 a 2029.
A instituição financeira conquistou 25 dos 26 lotes disponíveis, sendo superada apenas no lote 3, referente a municípios do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde o banco Mercantil foi o vencedor.
O leilão, que ocorreu nesta quinta-feira (24), foi marcado por lances elevados, muito acima dos valores mínimos exigidos pelo INSS.
No caso do lote 7, que cobre a cidade de São Paulo, a Crefisa apresentou um lance de R$ 85,63 por beneficiário, valor significativamente superior ao lance inicial de R$ 22,32.
Além da Crefisa, outras instituições, como Itaú e Bradesco, também participaram do certame, demonstrando interesse e disputando a liderança em diversos lotes.
Embora a fase de lances tenha sido concluída, o pregão ainda não está oficialmente finalizado, pois falta a fase de habilitação.
Durante essa etapa, verifica-se o cumprimento das exigências previstas no edital. Uma dessas exigências é que os bancos vencedores tenham presença física nas regiões onde operam.
No entanto, a Crefisa não possui agências físicas em muitas das cidades que venceu, o que pode ser solucionado com a implantação de correspondentes bancários, uma estrutura mais simples e rápida.
Contudo, concorrentes acreditam que a Crefisa pode enfrentar dificuldades para manter a fidelização dos beneficiários nessas localidades.
Disputa e debate sobre a resolução 172
O processo de concessão da folha de pagamento do INSS tem sido alvo de controvérsia devido à instrução normativa 172, publicada pelo INSS no mês passado.
A regra permite que, a partir de 2025, bancos que operam a folha de pagamento realizem empréstimos consignados para novos aposentados sem esperar o prazo de bloqueio de 90 dias após a concessão do benefício.
O objetivo, segundo o INSS, seria agilizar o acesso ao crédito para beneficiários que precisem.
Entretanto, a medida foi questionada pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que alega que a regra cria um cenário de vantagem competitiva para os bancos que administram a folha de pagamento, restringindo a atuação de outras instituições financeiras que também ofertam crédito consignado.
A ABBC entrou com uma ação, e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) acatou o pedido da associação, suspendendo a resolução.
Em uma entrevista recente, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afirmou que a autarquia espera reverter a decisão judicial e, caso isso não ocorra, poderá realizar um novo leilão.
Segundo Stefanutto, a suspensão da medida cria uma insegurança jurídica que pode impactar o planejamento dos bancos que adquiriram lotes.
Com informações de Valor Econômico.