No próximo dia 31 de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para mais uma decisão em relação à taxa básica de juros, a Selic.
O relatório Focus, documento elaborado pelo BC, apresenta toda segunda-feira o resultado de uma pesquisa com 120 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. Entretanto, ele representa a mediana dessas estimativas. No caso da taxa básica de juros, a Selic, a fórmula é a mesma.
“Boletim Focus é o principal relatório do mercado para tentar prever o futuro da economia brasileira, entretanto, sua metodologia é baseada na mediana, o que torna difícil saber qual a probabilidade real atribuída pelo mercado para aquela previsão”, afirma Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.
Agora, a Equus Capital faz semanalmente o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS). Através da coleta e tratamento de dados por Inteligência Artificial, é possível estimar a probabilidade indicada pelo mercado de alteração para a próxima reunião do Copom.
“Analisando os dados, vemos que a probabilidade de corte indicada pelo mercado, neste momento, é de 96,8%. Na semana anterior, este percentual estava em 97,7%. Vale lembrar que, próximo da última reunião do Copom, este percentual estava em 81,5%”, afirma Uchida.
Nesta semana, houve uma estabilização no número de contratos em aberto de opções de Copom na B3 (B3SA3), passando de 30.176 para 30.226, o que representa um leve aumento de 0,16% em relação à semana anterior.
Além disso, há uma redução na probabilidade de um corte na taxa Selic, de 96,8% para 97,7%, indicando uma consolidação da confiança do mercado na redução de 0,5% na próxima reunião do Copom em torno de 97%.
"Com a iminente reunião do Fed, agendada para 30 e 31 de janeiro, e em paralelo ao primeiro encontro do Copom de 2024, a antecipação dos investidores se intensifica, aguardando a publicação de dois indicadores econômicos chaves nesta semana, fatores esses que são vitais para a estabilização nas negociações de opções", ressalta.
Uchida também destaca que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos está programado para desvendar, na quinta-feira (25), a estimativa preliminar do PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre de 2023, com expectativas indicando um acréscimo modesto de 2,0%.
Este seria o ritmo mais lento desde o modesto crescimento de 0,6% observado no segundo trimestre de 2022, sinalizando a persistência dos efeitos tardios da crise sanitária.
"Em sequência, a atenção se direciona para a sexta-feira (26), quando será divulgado o PCE de dezembro, um indicador primordial para a orientação da política monetária do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), atuando como o principal termômetro para a inflação", explica.