O dólar encerrou em leve alta de 0,07% na última terça-feira (11), cotado a R$ 5,36 – a máxima da divisa norte-americana frente à brasileira no ano de 2024.
Este movimento se explica pelo fortalecimento do dólar no exterior e as crescentes preocupações com a política fiscal no Brasil, que ecoa uma série de desafios econômicos e financeiros enfrentados pelo país.
O fortalecimento do dólar em âmbito global foi justificado pelo prolongamento da expectativa de altas nas taxas de juros nos Estados Unidos.
Inicialmente, havia a perspectiva de cortes nos juros norte-americanos em resposta a indicadores macroeconômicos fracos no final de 2023.
No entanto, a atual visão predominante entre os investidores aponta para, no máximo, dois cortes a partir de setembro, o que evidencia uma postura mais conservadora do Federal Reserve (Fed).
O aumento da inflação nos Estados Unidos, registrada especialmente no primeiro trimestre, adiou as expectativas de redução das taxas de juros, e influenciou diretamente a valorização do dólar.
Esse cenário tem impacto direto no mercado cambial brasileiro, e resulta na desvalorização do real frente à moeda americana.
Além dos fatores externos, questões internas também contribuem para a fragilidade do real.
A inflação brasileira, em ascensão, reduz a atratividade dos títulos de renda fixa no país, principalmente diante da perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos.
O aumento do gasto público e a elevação do emprego impulsionam a demanda por produtos, e contribuem para a alta dos preços e a pressão inflacionária.
Adicionalmente, preocupações com a política fiscal brasileira, como mudanças na meta fiscal, conflitos entre poderes e incertezas sobre a condução do Banco Central, ampliam a aversão ao risco e afetam a confiança dos investidores.
O desfecho das decisões do Federal Reserve nesta quarta-feira (12), juntamente com os desdobramentos político-econômicos no Brasil, deve definir o rumo dos mercados cambiais e o futuro da moeda nacional.