O mercado de câmbio, popularmente conhecido como mercado de dólar, é onde acontecem as negociações de moedas estrangeiras e as taxas de câmbio são determinadas. No Brasil, a dinâmica é regida pelo regime de câmbio flutuante, o que significa que os valores das moedas variam conforme a interação de oferta e demanda no mercado, sem a interferência direta do governo.
Câmbio flutuante: do que se trata?
No Brasil, o câmbio é flutuante, ou seja, o valor do dólar é determinado pela oferta e demanda do mercado, sem a intervenção direta do governo.
Isso significa que a cotação da moeda pode variar durante o dia, de acordo com os acontecimentos econômicos e políticos, como a inflação, as taxas de juros e até mesmo crises globais.
Oferta e Demanda:
O preço do dólar é estabelecido por meio da interação entre os compradores e os vendedores.
Quando há alta demanda por dólares, por exemplo, devido à maior necessidade de importações ou viagens internacionais, o valor tende a subir.
Por outro lado, quando a demanda diminui, o valor da moeda pode cair.
Taxas de câmbio: PTAX e SPOT
Existem diferentes tipos de taxas de câmbio que são utilizadas para determinar o valor do dólar em um dado momento. As duas principais são a taxa PTAX e a taxa SPOT.
A taxa de referência do Banco Central (BC) é a PTAX, calculada com base na média ponderada das transações realizadas pelos bancos em determinado período.
A PTAX é uma média das taxas de compra e venda que acontecem durante o dia e tem divulgação em quatro horários pelo Banco Central.
Dessa forma, ela serve como um parâmetro para muitas operações financeiras e se utiliza como a “taxa oficial” para transações envolvendo o dólar.
Já a taxa SPOT é o valor da moeda no momento exato da transação, ou seja, o preço imediato da compra ou venda do dólar.
Se utiliza ela em negociações à vista, onde a moeda é entregue e o pagamento é feito de forma imediata.
Assim, essa taxa pode variar ao longo do dia, dependendo da oferta e demanda de dólares no mercado.
Quais instituições operam no mercado de câmbio?
O mercado de dólar não é acessível diretamente para a maioria das pessoas, mas é intermediado por uma série de instituições financeiras, como bancos, corretoras e casas de câmbio.
Essas entidades compram e vendem dólares para clientes que precisam de moeda estrangeira, seja para viagens, investimentos, pagamentos internacionais ou outras operações comerciais.
Bancos e Corretoras:
Bancos e corretoras são os principais responsáveis pelas transações de câmbio em larga escala.
Eles atuam como intermediários entre os compradores e vendedores de dólares, facilitando as negociações de empresas e indivíduos que precisam comprar ou vender a moeda.
Além disso, essas instituições realizam a conversão de outras moedas para o dólar e vice-versa.
Casas de Câmbio:
Enquanto isso, as casas de câmbio se voltam para o mercado de consumidores finais.
Elas oferecem a conversão de moeda para turistas ou cidadãos que precisam realizar transações simples de compra e venda de dólares, como para viagens internacionais.
O que influencia o mercado?
Vários fatores podem impactar a cotação do dólar, e muitos deles estão ligados à economia e à política tanto do Brasil quanto do mundo.
Entre os principais fatores que influenciam o mercado de câmbio, estão:
- Taxas de juros:
As taxas de juros definidas por bancos centrais têm um grande impacto no mercado de câmbio.
Quando as taxas de juros aumentam, a moeda tende a se valorizar, pois os investidores buscam maior rentabilidade nos títulos da dívida pública, o que aumenta a demanda pela moeda local.
- Política econômica e fiscal:
A política fiscal e as decisões econômicas dos governos também influenciam o mercado de câmbio.
Por exemplo, políticas econômicas que aumentem o déficit fiscal ou que causem instabilidade política podem resultar em uma desvalorização da moeda local.
- Indicadores econômicos:
O comportamento da economia global, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a inflação, e as tensões políticas internacionais, também afeta a cotação do dólar.
Um cenário de crise financeira, por exemplo, pode levar os investidores a buscar ativos mais seguros, como o dólar, o que resulta em sua valorização.
- Comércio Internacional:
A balança comercial, que reflete as exportações e importações de um país, também tem impacto no valor do dólar. Se um país importar mais do que exporta, a demanda por moeda estrangeira tende a aumentar, pressionando o preço do dólar para cima.
Qual o impacto do dólar na economia?
O valor do dólar não afeta apenas aqueles que realizam transações internacionais. Ele tem um impacto direto em diversas áreas da economia, a inflação é uma delas.
Isso porque, a desvalorização do real em relação ao dólar pode tornar os produtos importados mais caros, contribuindo para o aumento da inflação.
Além disso, o dólar também é um indicador importante para os investidores. Quando a moeda se valoriza, ativos denominados em dólares tendem a se tornar mais caros, o que pode afetar o fluxo de investimentos estrangeiros.
Para os turistas, a variação do dólar afeta diretamente o custo das viagens internacionais.
Quando o dólar sobe, os gastos em outros países tendem a aumentar para quem viaja do Brasil.