Câmbio

DÓLAR HOJE - Decisões do FED e do COPOM para os juros nos EUA e no Brasil influenciam o câmbio nesta Super Quarta

Moeda norte-americana inicia o dia em leve alta, mas cotação segue abaixo de R$ 5,70

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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 9:05: Dólar comercial (compra): +0,11%, cotado a R$ 5,677.

Na sessão anterior…

Na última terça-feira (18), o dólar comercial (compra) encerrou em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,672.

O que influencia o dólar?

O diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos (EUA) tem sido um dos principais elementos que influenciam o dólar, uma vez que taxas mais altas no Brasil atraem capital estrangeiro em busca de rendimentos melhores, o que fortalece o real.

O Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), decide nesta quarta-feira, 19 de março, o rumo da taxa básica de juros Selic. O mercado financeiro local aposta em uma elevação de 1,00%, para 14,25% ao ano (a.a.). Se isso se concretizar, o fluxo de dólares para o país pode aumentar, a depender da confiança dos investidores.

A política monetária dos Estados Unidos (EUA) vai ser igualmente decidida nesta Super Quarta.

O mercado financeiro global acompanha atentamente as decisões do Federal Reserve (FED), que deve manter a faixa de juros atual (4,25% e 4,50%), mas qualquer sinalização sobre futuros aumentos pode impactar o câmbio.

Se o FED indicar uma política mais rígida, o dólar tende a se fortalecer globalmente.

Para além dos cenários de juros, a reforma do Imposto de Renda (IR) no Brasil, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adiciona um novo fator à equação.

A tributação mínima para rendimentos mais altos e novas cobranças sobre envio de lucros ao exterior podem afetar o fluxo de capitais e influenciar a cotação do dólar.

Além disso, tensões geopolíticas elevam a incerteza global, especialmente no Oriente Médio, que influencia o preço do petróleo.

Essa incerteza impulsiona a busca por ativos considerados mais seguros, como o dólar, o que pode pressionar a moeda norte-americana para cima.

Brasil

Nesta quarta-feira, 19 de março, o mercado financeiro local concentra suas atenções na decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), para a taxa básica de juros Selic, após às 18:30.

Antes disso, o Ministério da Fazenda divulga o Boletim Macrofiscal e o relatório Prisma Fiscal.

No documento, a Pasta previu o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 num crescimento de 2,30% (contra 2,50%, anteriormente). Para 2026, a projeção passou de 2,60% para 2,50%.

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 passou de 3,60% para 4,90%. Para 2026, a Pasta aguarda uma inflação de 3,6%

Quanto ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a projeção para 2025 passou de 3,4% para 4,8%, enquanto, para 2026, foi revista a 3,4%

Expectativas para a Selic

O Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira, 19 de março, uma nova alta para a taxa básica de juros Selic, definida ainda com Roberto Campos Neto, quando os dirigentes anteviram duas elevações consecutivas de 1,00 p.p.. No entanto, a diretoria liderada por Gabriel Galípolo tem razões para aliviar a política monetária.

A atividade econômica desacelerou desde o quarto trimestre, como mostram os indicadores da indústria, do comércio e dos serviços.

O câmbio se valorizou após o estresse recente, e o mercado financeiro estabilizou suas expectativas para a inflação.

A forma como o COPOM destaca esses fatores no comunicado pode indicar sinais importantes sobre os próximos passos da política monetária.

Apesar de a maioria dos economistas prever um ajuste de 75 pontos-base (0,75 p.p.), o otimismo nos mercados pode favorecer uma abordagem mais moderada.

Warren Investimentos avalia que a Selic a 14,25% já seria bastante restritiva e observa um espaço para desacelerar o ritmo dos aumentos para 25 pontos-base nas próximas reuniões.

Isenção do Imposto de Renda (IR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, medida bem recebida pelo mercado por ser amplamente aguardada e sem surpresas.

O alerta do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre possíveis mudanças preocupa, especialmente se não houver compensação tributária sobre os mais ricos, o que agravaria o quadro fiscal.

Para equilibrar a perda de R$ 25,84 bilhões em 2026, a proposta cria um imposto mínimo de 10% sobre rendas acima de R$ 50 mil mensais, escalonado até 1,2 milhão por ano.

A medida deve gerar R$ 25,22 bilhões em receita, além de R$ 8,90 bilhões com a tributação de dividendos enviados ao exterior por brasileiros domiciliados fora do País.

O projeto não impõe um imposto adicional fixo de 10%, mas complementa a alíquota atual de 2,54%, e atinge integralmente apenas quem ganha acima de R$ 1,2 milhão ao ano.

Contribuintes que já pagam a alíquota mínima não terão aumento, e a tributação conjunta de empresas e pessoas físicas com dividendos não pode ultrapassar 34%, com devolução do excedente.

A injeção de recursos na economia pode impulsionar o consumo, e elevar pressões inflacionárias, principalmente em conjunto com outras medidas expansionistas.

Em busca da popularidade perdida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta na isenção do IR para recuperar popularidade e fortalecer sua reeleição, como demonstrou em discurso na fábrica da Toyota, em Sorocaba (SP).

Ele destacou que apenas 141.000 brasileiros, com renda acima de R$ 600 mil mensais, financiarão o benefício para 10 milhões de pessoas de baixa renda.

Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), Lula reforçou programas sociais, como Minha Casa, Minha Vida e Luz para Todos, além de novas medidas, como o Pé-de-Meia e o crédito consignado privado.

PL da liquidação orçamentária

A Câmara dos Deputados provou, por trezentos e quarenta e sete votos a cento e quatorze, o projeto de lei (PL) que permite a liquidação de recursos orçamentários não processados desde 2019, inclusive verbas do Orçamento Secreto. O prazo foi prorrogado até 2026.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o Congresso Nacional e a Advocacia-Geral da União (AGU) a se manifestarem em dez dias sobre a resolução que regulamenta a execução das emendas parlamentares.

A nova regra permite que líderes partidários sigam a indicar emendas sem identificar seus padrinhos, o que mantém a falta de transparência no processo.

EUA

Nesta quarta-feira (19), o mercado norte-americano acompanha a decisão para a política monetária, a ser informada pelo Federal Reserve (FED), às 15:00.

Em seguida, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, participa de coletiva de imprensa sobre a decisão dos juros.

Trump foi atendido

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, aceitou suspender ataques à infraestrutura energética da Ucrânia por trinta dias, em atendimento a uma proposta de Donald Trump, um passo inicial para a paz.

Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, apoiou a interrupção dos ataques à infraestrutura russa, mas alertou que a Ucrânia ainda precisa da assistência militar e de inteligência de seus aliados.

O chanceler alemão Olaf Scholz defendeu no X que o próximo passo deve ser um cessar-fogo completo e imediato entre Rússia e Ucrânia.

Em entrevista à Fox News, Donald Trump confirmou seu interesse em melhorar relações com Rússia e China e ressaltou que não quer os dois países unidos contra os EUA.

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