ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- – 9:04: Dólar comercial (compra): -0,09%, cotado a R$ 6,070.
Na sessão anterior
Apesar de dados positivos da China, o dólar subiu 0,20%, cotado a R$ 6,0656, na sexta-feira (17).
No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a outras moedas, encerrou em alta de 0,36%, enquanto o euro e a libra se desvalorizaram.
No mercado de juros futuros, a cautela prevaleceu antes da posse do republicano Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. O DI para janeiro de 2026 encerrou a 14,96%, enquanto o DI para janeiro de 2027 subiu para 15,25%.
Resumo geral
A China manteve os juros básicos nesta segunda-feira, 15 de janeiro, com as taxas de empréstimos de um ano e cinco anos inalteradas, respectivamente em 3,10% e 3,60%.
Esse movimento ocorre em um contexto de liquidez reduzida, com os mercados de Nova York (NY) inoperantes em razão do feriado de Martin Luther King nos EUA.
Além disso, o Banco Central (BC) do Brasil realiza dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, ao total de US$ 2 bilhões.
Em relação à política monetária global, o Banco do Japão (BoJ) esteve em foco, com um aumento nas taxas para 0,50%, enquanto as atenções estão voltadas para os primeiros movimentos da administração Donald Trump.
EUA
Donald Trump
O que esperar da economia dos EUA com a gestão Donald Trump?
Com a posse de Trump agendada para esta segunda-feira (20), os investidores globais aguardam uma série de decretos de forte impacto, com destaque para o aumento de tarifas de importação e uma política fiscal expansionista.
Trump já anunciou, em discurso no domingo, que vai ter diversas ordens executivas para implementar suas promessas de campanha, como “cortar impostos, acabar com a inflação, reduzir os preços e aumentar a produção nacional“.
O republicano anunciou planos para desregulamentar setores como o das companhias aéreas e o de energia, além de adotar políticas mais rígidas para o setor financeiro.
De acordo com fontes próximas à administração, até 100 decretos podem ser assinados nas primeiras semanas de governo, com uma grande operação de deportações em Chicago marcada para a terça-feira (21).
Uma das principais promessas de Trump diz respeito à imposição de tarifas massivas sobre a China.
Durante a campanha, o republicano chegou a mencionar taxas de até 60% sobre produtos chineses.
No entanto, observadores esperam que a política seja menos agressiva do que o esperado, após uma conversa amigável com o presidente chinês Xi Jinping.
Apesar de ter elogiado Xi como um “líder poderoso e brilhante“, Trump ainda sinalizou sua intenção de implementar tarifas que afetarão as relações comerciais entre os dois países.
O futuro secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, minimizou o impacto das tarifas, e afirmou que a China continuaria a exportar com custos reduzidos mesmo com tarifas de 10%.
No entanto, analistas do Deutsche Bank projetam tarifas de até 20% sobre os produtos chineses, com impactos significativos sobre a Europa e outras economias globais.
A União Europeia se prepara para enfrentar o impacto das tarifas de Trump, que podem afetar o comércio com a China e a Europa.
As tarifas sobre produtos chineses poderiam redirecionar os fluxos comerciais para a Europa, e criariam uma pressão adicional sobre os fabricantes europeus.
Para minimizar esses riscos, a União Europeia planeja negociar com os EUA propostas que incluem compras de gás natural e uma maior colaboração no setor de defesa.
Presidente eleito socorre o TikTok nos EUA
Em seu primeiro ato, Trump anunciou que vai dar mais tempo ao TikTok, aplicativo chinês, para encontrar um comprador, e deixou claro seu apoio à plataforma.
A decisão ocorre após conversas com o presidente Xi Jinping, e, embora tenha criticado a empresa durante sua campanha, Trump parece ter mudado de posição e indicou que aprecia a rede social.
O que esperar da cerimônia de posse?
A posse de Donald Trump ocorre às 13:30 (horário de Brasília), com a cerimônia marcada para o Capitólio.
Espera-se que ele tome juramento junto com o vice-presidente eleito J.D. Vance.
Trump também vai participar de uma série de eventos, como um desfile presidencial e três bailes da posse, com apresentações musicais e a presença de líderes estrangeiros, como o presidente argentino Javier Milei e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
Às vésperas da posse, Trump lança a criptomoeda $TRUMP
Em uma jogada de marketing financeiro, o presidente eleito Donald Trump lançou sua própria criptomoeda, a $TRUMP, três dias antes da posse.
A moeda alcançou uma valorização de mais de 1.200%, com a venda de 200 milhões de tokens, o que gerou uma grande movimentação no mercado.
No entanto, alguns críticos chamaram a medida de predatória, e apontam que a criação de uma criptomoeda associada a um presidente eleito pode levantar questões sobre a ética e o potencial conflito de interesse.
O papel de Trump no cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza
Em uma tentativa de consolidar sua imagem internacional,
Trump fez declarações sobre a liberação dos reféns no acordo de paz entre Israel e o Hamas.
Ele afirmou que o cessar-fogo em Gaza foi um “resultado da nossa vitória” e se comprometeu a acabar com a guerra na Ucrânia e o caos no Oriente Médio.
Seus conselheiros reforçaram a ideia de que sua eleição teve papel fundamental nas negociações de paz.
O mercado reage
Nos Estados Unidos, os ganhos em Wall Street, impulsionados pelo cessar-fogo entre Israel e o Hamas, ajudaram a manter o otimismo. O S&P 500 subiu 1%, enquanto o Nasdaq 100 e o Dow Jones também fecharam em alta.
Europa
Fórum Econômico Mundial, em Davos
Donald Trump participa virtualmente do Fórum Econômico Mundial em Davos na quinta-feira (18), evento que reúne mais de 60 chefes de Estado e governo nos Alpes Suíços.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), foi programada para discursar no evento em duas ocasiões, na quarta-feira (17) e na sexta-feira (19).
Esses discursos ocorrem às vésperas da decisão do BCE sobre a taxa de juros, marcada para o próximo dia 30, com expectativas de continuidade no ciclo de flexibilização e um possível quinto corte nas taxas.
Turquia
O Banco Central (BC) da Turquia também realiza sua reunião de política monetária nesta quinta-feira.
Alemanha
Entre os indicadores europeus, o destaque foi para o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de dezembro na Alemanha, divulgado nesta segunda-feira, 20 de janeiro.
O indicador subiu 0,8% em dezembro de 2024 contra igual mês do ano anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Destatis, o escritório de estatísticas do País.
Ásia
China
Os dados da China surpreenderam positivamente, com o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, a produção industrial e as vendas no varejo em dezembro acima das expectativas.
Commodities
Petróleo
Os preços do petróleo recuaram após a declaração de paz em Gaza. O contrato do WTI para março caiu 0,6%, enquanto o Brent recuou 0,6%, e encerrou o dia a US$ 80,78 por barril.
Brasil
No Brasil, os economistas acompanham os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de janeiro, previstos para sexta-feira (19), além das prévias do IPC-Fipe e IPC-S, programadas para esta semana.
Banco Central e o Boletim Focus
No Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (20), o Banco Central (BC) projeta números para inflação (IPCA), juros (Selic), dólar (câmbio) e crescimento (PIB).
Na reunião realizada na sexta-feira passada (17) com diretores do Banco Central, economistas reforçaram preocupações com o cenário fiscal e indicaram a necessidade de elevar a taxa básica de juros Selic para até 15%.
Especialistas estimam que o IPCA deste ano varie entre 5% e 5,5%, e que ultrapasse novamente o teto da meta.
Haddad e Lula continuam no radar dos investidores
Apesar disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou em entrevista à CNN Brasil que confia na política monetária para conter a inflação, mas expressou preocupação com a trajetória da dívida pública.
“Não compraria dólar acima de R$ 5,70, caro para os fundamentos brasileiros”, declarou Haddad, embora tenha admitido não saber onde a moeda pode chegar.
No cenário político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com ministros para cobrar resultados em meio à ressaca da crise do PIX.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o petista espera mais duas semanas para definir a reforma ministerial, que deve ser planejada após as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Setor privado opina sobre a economia
Marcelo Noronha, presidente do Bradesco (BBDC3)(BBDC4), afirmou, enquanto se dirigia a Davos, que seria necessário um maior controle de despesas pelo governo para garantir equilíbrio fiscal.
Segundo o executivo, “o Banco Central não pode agir sozinho na luta pela reancoração das expectativas”. Em entrevista ao jorna O Estado de S.Paulo, Noronha também previu que o crédito deve sofrer retração este ano, influenciado pela elevação da taxa básica de juros Selic.