Nesta quarta-feira (18) o dólar comercial (compra) encerrou com forte alta de 2,82%, a R$ 6,26.
Dólar dispara com risco fiscal e decisão de juros nos EUA
ATUALIZAÇÃO DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
09:15 – Dolár comercial (compra): +0,48, cotado a R$ 6,124.
Na sessão anterior…
Na última terça-feira, 17 de dezembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,02%, cotado a R$ 6,09.
O que influencia o dólar?
No último pregão, o dólar chegou a ultrapassar R$ 6,20, impulsionado por temores sobre a tramitação do pacote fiscal e possíveis desidratações nas pautas.
Dois leilões do Banco Central (BC), somando US$ 3,2 bilhões sem recompra, tiveram efeito limitado, com o dólar voltando a subir após breve recuo.
O mercado só acalmou após Arthur Lira (Progressistas) sinalizar que várias propostas seriam votadas entre ontem e hoje. O pacote fiscal segue determinando a volatilidade cambial.
Além disso, a Ata do Copom adicionou tensão, indicando alta unânime de 1% na Selic, agora em 12,25% ao ano, e previsão de mais dois aumentos em 2025.
Nesta quarta-feira (18), o mercado está atento a decisão do juros nos EUA.
Brasil
Nesta quarta-feira (18), o mercado financeiro local está com a agenda de indicadores esvaziada. O foco será acompanhar as movimentações políticas em Brasília, após o primeiro texto-base do pacote de corte de gastos ser aprovado na Câmara dos Deputados na noite da última terça-feira (17).
Além disso, investidores monitoram a participação de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), em live da autarquia.
Pacote fiscal
A Câmara aprovou uma proposta que proíbe ampliar benefícios fiscais em caso de déficit público, com 318 votos a favor e 149 contra.
O projeto, parte do pacote de corte de gastos do governo, busca economizar R$ 375 bilhões até 2030 e segue agora para o Senado.
A medida também limita aumento de despesas com pessoal, autoriza bloqueio de emendas e permite usar saldos de fundos para abater a dívida pública.
O relator, Átila Lira, retirou a proposta de restabelecer o DPVAT, gerando críticas da oposição, que tenta reverter a mudança por meio de destaques.
Orçamento
O Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sem obrigar o governo a atingir o centro da meta fiscal, permitindo maior flexibilidade nos gastos em 2025.
A princípio, a meta admite um déficit de até R$ 30,97 bilhões no próximo ano. Assim, o relator, Confúcio Moura (MDB), recuou da emenda que exigia rigor fiscal.
Moura também ajustou o texto para autorizar o bloqueio de todas as emendas parlamentares, incluindo as impositivas. A LDO será votada nesta quarta-feira (18) no Congresso.
Nesse sentido, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), considera votar o Orçamento no sábado para acelerar a aprovação da LOA e das propostas do pacote de gastos antes do recesso.
Reforma tributária
A Câmara aprovou ajustes na regulamentação da reforma, removendo benefícios fiscais e vetando desonerações, como a redução de impostos no setor de saneamento e bebidas açucaradas.
Inclusões como biscoitos, água mineral e redução de alíquotas para equipamentos médicos foram barradas, contribuindo positivamente para o equilíbrio fiscal.
Os ajustes reduziram a alíquota padrão do IVA para cerca de 28%, mas o governo ainda precisará propor medidas para respeitar o limite de 26,5%.
No entanto, foram mantidos incentivos para uma refinaria na Zona Franca de Manaus e redução de impostos sobre armas a partir de 2027. A cesta básica segue com alíquota zero para carnes.
Contudo, agora o texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
EUA
Nesta quarta-feira (18), o mercado norte-americano acompanha a decisão do Federal Reserve para a política monetária. A expectativa é que haja um corte de 25 pontos-base, o que levaria a taxa para a casa dos 4,25% a 4,50% ao ano.