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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- Fechamento: Dólar comercial (compra): -0,13%, cotado a R$ 5,785.
- – 9:11: Dólar comercial (compra): +0,37%, cotado a R$ 5,814.
Resumo
Dólar: O mercado de câmbio monitora os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e os números de vendas no varejo e do volume de serviços no Brasil que, por sua vez, aumentam as especulações sobre os próximos passos do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central em relação à taxa básica de juros Selic.
No entanto, o maior foco de risco diz respeito ao aumento do crédito anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mercado financeiro avalia como essa injeção de recursos pode impactar a inflação e a política monetária.
Nos Estados Unidos (EUA), a agenda inclui a sabatina de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), no Congresso norte-americano e a divulgação dos índices de inflação (Índice de Preços ao Consumidor, o CPI, e o Índice de Preços ao Produtor, o PPI). A combinação desses fatores ocorre após a folha de pagamento norte-americana reduzir as expectativas de dois cortes nos juros pelo Federal Reserve (FED) em 2025.
Enquanto isso, o dólar já inicia a semana pressionado diante da ameaça do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio. O Brasil, terceiro maior exportador desses insumos para o País, pode ser diretamente impactado.
De passagem pelos Bancos Centrais, entre os dirigentes do Federal Reserve (FED) e demais representantes da política monetária ao redor do mundo, Christine Lagarde (Banco Central Europeu, o BCE) participa de debate às 11:00 nesta segunda-feira (10).
Na terça-feira (11), o presidente do Banco Central inglês (BoE), Andrew Bailey, discursa em um evento. Na sexta-feira (14), o Banco Central da Rússia anuncia decisão de política monetária.
Escalada da tensão comercial entre EUA e China
As relações comerciais entre Washington e Pequim ganharam novos capítulos com a entrada em vigor de medidas retaliatórias da China contra os Estados Unidos (EUA). Em resposta às tarifas impostas por Trump, o Ministério do Comércio do gigante asiático anunciou que exportações como gás liquefeito e carvão serão tributadas em 15%, enquanto petróleo, máquinas agrícolas e veículos de grande porte enfrentarão um imposto de 10%.
Embora houvesse esperanças de que as duas maiores economias do mundo chegassem a um acordo para evitar uma guerra comercial, os sinais apontam para um impasse. A Casa Branca chegou a divulgar que Donald Trump conversaria com o presidente chinês, Xi Jinping, mas horas depois descartou a possibilidade.
Durante o fim de semana, Donald Trump voltou a falar sobre a imposição de tarifas.
Em entrevista a bordo do avião presidencial, declarou que os impostos de 25% sobre o aço e alumínio estrangeiros serão anunciados nesta segunda-feira (10) para todos os países. Além disso, prometeu anunciar tarifas recíprocas contra nações que, segundo ele, “têm se aproveitado dos EUA“.
Fontes próximas ao governo norte-americano indicam que o aumento tarifário pode afetar setores estratégicos, como energia, infraestrutura e tecnologia. O impacto pode ser sentido por empresas norte-americanas de energia, desenvolvedores de parques eólicos e perfuradoras de petróleo, que dependem de tipos de aço não produzidos internamente.
A ameaça de tarifas sobre o aço ocorre em meio a um acordo paralisado pela japonesa Nippon Steel para comprar a US Steel por US$ 14,10 bilhões, que, se depender do republicano, não vai a frente.
Reação global às ameaças tarifárias de Donald Trump
O mercado financeiro global reagiu negativamente à escalada tarifária. Os contratos futuros em Nova York (NY) registraram queda, enquanto o dólar apresentou valorização.
A Bloomberg destacou que a incerteza em relação às medidas protecionistas de Donald Trump gera forte oscilação nos mercados.
A imposição de novas tarifas também pode atingir a União Europeia, e o chanceler alemão Olaf Scholz já declarou que a Alemanha estaria pronta para reagir a sanções norte-americanas em “até uma hora“.
No bloco europeu, como parte de um acordo para evitar uma guerra comercial, o Financial Times informou que a União Europeia vai oferecer uma redução de tarifas sobre as importações de automóveis dos EUA.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o país vai reagir caso se torne um alvo das novas tarifas de Donald Trump.
Em 2023, os EUA receberam 18% das exportações brasileiras de ferro fundido, ferro e aço, o que consolidou o Brasil como terceiro maior fornecedor do insumo para o país.
Durante o primeiro mandato, Donald Trump aplicou tarifas semelhantes, o que resultou em fechamento de fornos e demissões no setor siderúrgico brasileiro.
Agora, o governo federal monitora os desdobramentos para avaliar possíveis contramedidas.
Lula impulsiona crédito em meio a juros elevados e inflação pressionada
No Brasil, o governo federal se prepara para anunciar novos programas de crédito, enquanto os bancos privados seguem cautelosos diante do cenário de inflação elevada e da taxa básica de juros Selic ainda em patamar elevado.
Na última sexta-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que seu governo vai lançar “ muitas” políticas de crédito. Para o presidente, a circulação de dinheiro estimula a economia e reduz a necessidade de remessas ao exterior.
De acordo com uma apuração do jornal Folha de S. Paulo, o governo pretende utilizar os bancos públicos para fortalecer a nova modalidade de crédito consignado privado, que deve ser lançada sem um teto de juros, ao contrário do modelo oferecido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
A decisão ocorre em um momento de forte pressão inflacionária, especialmente no setor de alimentos. O governo já começou a cobrar explicações de empresários sobre os aumentos nos preços ao consumidor.
Analistas de mercado alertam para o risco de intervencionismo e para os possíveis impactos da medida na inflação. Existe o temor de que uma tentativa de segurar os preços artificialmente possa levar a distorções econômicas.
Crise na comunicação do governo Lula: ruídos sobre reajuste do Bolsa Família
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou turbulências na sexta-feira (7) após o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT-PI), cogitar um reajuste no Bolsa Família para compensar a inflação de alimentos. Em entrevista ao Deutsche Welle, Dias afirmou que a elevação do benefício “ está na mesa“, e antecipou que um relatório sobre o tema vai ser apresentado ao presidente da República nos próximos meses.
A declaração pegou a equipe econômica de surpresa, o que levou o Ministério da Casa Civil a divulgar uma nota em que foi negado qualquer estudo interno sobre o tema. Técnicos do Ministério da Fazenda asseguraram que a medida não possui viabilidade fiscal e poderia agravar ainda mais o cenário inflacionário.
Apesar dos desmentidos, a fala do ministro contribuiu para elevar o nervosismo do mercado.
O dólar subiu e fechou a sexta-feira próximo de R$ 5,80, enquanto o Ibovespa (IBOV) caiu abaixo dos 125 mil pontos. Os juros futuros também registraram alta, com contratos curtos ao patamar de 15%.
Balanços: Entre os números do quarto trimestre que serão informados nesta semana, o destaque se concentra na Usiminas (USIM5) na próxima sexta-feira (14). Nesta segunda-feira (10), BTG Pactual (BPAC11) e TIM Brasil (TIMS3) informam seus resultados.
Na quarta-feira (12), serão informados os balanços de Banrisul (BRSR6), Jalles Machado (JALL3), Suzano (SUZB3) e Totvs (TOTS3).
Na quinta-feira (13), Caixa Seguridade (CXSE3). Na sexta-feira (14), Porto (PSSA3) e Raízen (RAIZ4).
Uma passagem pela China…
O índice de preços ao consumidor (IPC, na sigla em inglês) registrou alta anualizada de 0,5% em janeiro, acima da previsão de 0,4%. O núcleo subiu pelo quarto mês consecutivo, acelerando de 0,4% em dezembro para 0,6%.
O resultado sinalizou uma possível recuperação após as medidas de estímulo anunciadas pelo governo de Pequim.
Por outro lado, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 2,30% contra um ano antes (mesmo resultado de dezembro).
Economistas antecipam queda de 2,2%.
O dado permanece em deflação por mais de dois anos.
As informações são do site Bom Dia Mercado.
Agenda econômica: dados de inflação e atividade devem movimentar mercados
Os próximos dias serão decisivos para os mercados financeiros, com a divulgação de importantes indicadores econômicos no Brasil e no exterior.
Nesta segunda-feira (10), o Banco Central (BC) informa o semanal Boletim Focus. O documento reúne projeções de economistas consultados pela autoridade monetária para câmbio (dólar), crescimento (PIB), inflação (IPCA) e juros (Selic).
Na quarta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o volume de serviços de dezembro. Na quinta-feira (13), saem os números das vendas no varejo, que podem indicar o ritmo da atividade econômica no final de 2024.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro vai ser publicado amanhã, com expectativa de desaceleração para 0,16%, após alta de 0,52% em dezembro.
O bônus de Itaipu na tarifa de energia elétrica deve contribuir para a desaceleração do resultado do indicador em janeiro.
Na seara política, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, determinou para esta semana a votação de recurso do governo federal para liberar as verbas do programa Pé-de-Meia, bloqueadas pela Corte por terem sido operadas fora do Orçamento.
Nos Estados Unidos, a atenção se volta para os depoimentos de Jerome Powell no Congresso norte-americano e para os dados de inflação. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) vai ser divulgado na quarta-feira (12), enquanto o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) vai ser divulgado na quinta-feira (13).
Além disso, na sexta-feira (14), serão conhecidos os números das vendas no varejo e da produção industrial norte-americana.
Balanços: No País, o McDonald’s divulga o balanço financeiro relativo ao quarto trimestre, antes da abertura dos mercados.
Impacto internacional: Enquanto isso, no cenário internacional, Donald Trump movimenta os mercados com suas declarações. Em entrevista à Fox News, voltou a criticar o México e o Canadá pelo déficit comercial dos EUA. “Temos um déficit de US$ 350 bilhões com o México. Não vou deixar isso acontecer”, afirmou.
No campo geopolítico, Donald Trump declarou que conversou com Vladimir Putin sobre a guerra na Ucrânia e sugeriu um encontro presencial com o presidente russo. O republicano antecipou que vai se encontrar com o ucraniano Volodimir Zelensky na próxima sexta-feira (14).
Fez declarações sobre Gaza e afirmou que considera o território como um “ imóvel estratégico“.
Diante das incertezas políticas e econômicas, investidores estão atentos aos próximos desdobramentos e às possíveis reações do governo brasileiro e do Banco Central (BC).
“Seria um erro deixar os palestinos voltarem para lá. Não queremos uma volta do Hamas. Estou comprometido em comprar e ser dono de Gaza. Pense em Gaza como um imóvel local. Outros lugares do Oriente Médio vão construir lugares para os palestinos morarem.”
Nas commodities, relatórios mensais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP (quarta-feira, 12) e da Agência Internacional de Energia – AIE (quinta-feira, 13) serão informados.