Nesta quinta-feira (9), o real ganha força frente ao dólar, contrariando a tendência global de valorização da moeda americana. O motivo? A expectativa de uma desaceleração nas altas da Selic no Brasil, impulsionada por uma combinação de dados recentes da economia doméstica.
A retração de 0,4% nas vendas do varejo em novembro gerou um impacto negativo sobre o mercado, o que levou a uma revisão das previsões de política monetária.
O cenário de queda no varejo, juntamente com uma produção industrial que apresentou queda pelo segundo mês consecutivo, fortalece a ideia de que o Banco Central (BC) pode adotar um ritmo mais cauteloso nos aumentos da taxa de juros.
Assim, analistas destacam que a compressão do risco fiscal local ajuda a sustentar uma recuperação na moeda brasileira.
Por volta das 12:45, a moeda americana caia 0,8%, cotada a R$ 6,060.
Na contramão do movimento global
Diante disso, a valorização do real frente ao dólar coloca o Brasil na contramão com ganho de força da moeda americana no mundo.
Essa tendência de alta pelo mundo foi ancorada depois da última quarta-feira (8), quando foi apresentada a ata do Federal Reserve (FED), que indicou endurecer tom sobre possíveis cortes na taxa de juros.
A princípio, o documento da autoridade monetária dos EUA reforçou preocupações do comitê com a inflação, impulsionada pelas novas políticas do presidente eleito, Donald Trump, e prevê um dólar mais forte e uma possível desaceleração no ritmo de cortes nas taxas de juros.
Agora, o mercado financeiro agora aposta que o Federal Reserve (FED) deve optar por uma pausa nos cortes, enquanto avalia como as ações presidenciais podem afetar a economia norte-americana.