Em novembro de 2024, o setor de serviços brasileiro apresentou um recuo de 0,90% em comparação ao mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 15 de janeiro.
Esse resultado sucede um período de alta histórica alcançada em outubro de 2024, que consolidou o maior volume registrado desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2011.
Apesar da retração mensal, o setor permanece 16,90% acima do nível pré-pandemia de COVID-19, medido em fevereiro de 2020.
Setores de serviços que apresentam maiores altas e maiores quedas
Duas das cinco categorias analisadas apresentaram quedas expressivas:
- Transportes: Recuo de 2,70%, impactado pela redução em transporte de cargas e passageiros.
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: Queda de 2,6%, com perdas em atividades jurídicas, engenharia e consultoria empresarial.
Por outro lado, três segmentos obtiveram desempenho positivo:
- Informação e comunicação: Alta de 1,0%, liderada por serviços digitais e telecomunicações.
- Outros serviços: Crescimento de 1,8%, com destaque para serviços financeiros e técnicos especializados.
- Serviços prestados às famílias: Avanço de 1,70%, impulsionado pela retomada de atividades presenciais.
Rodrigo Lobo, gerente da PMS, do IBGE, destacou a diversidade de segmentos afetados:
“A despeito da concentração setorial de taxas negativas, vários segmentos mostraram perda de receita, com destaque para transporte e serviços de consultoria empresarial.”
Ano a ano, serviços crescem 2,90% e apontam liderança de Informação e Comunicação
Na comparação com novembro de 2023, o setor de serviços avançou 2,90% – o oitavo resultado positivo consecutivo. Quatro das cinco categorias mostraram crescimento, e destacam-se:
- Informação e comunicação: Alta de 6,6%, maior contribuição ao desempenho geral.
- Transportes e serviços auxiliares: Crescimento de 2,70%, em reflexo à recuperação de atividades logísticas.
- Serviços prestados às famílias: Expansão de 5,0%, com recuperação no turismo e hospitalidade.
A única queda foi observada na categoria “Outros serviços” (-1,0%), devido à redução em receitas de serviços financeiros auxiliares e atividades agrícolas.
No acumulado de 2024 até novembro, o setor de serviços cresceu 3,2% em relação ao mesmo período de 2023.
O segmento de informação e comunicação liderou o crescimento, com alta de 6,4%, impulsionado por telecomunicações e desenvolvimento de softwares.
Outro destaque foi o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, que avançou 6,70%, com forte influência de agenciamento publicitário e plataformas de e-commerce.
Rodrigo Lobo reforça:
“Os serviços de tecnologia da informação e telecomunicações continuam como motores de crescimento do setor.”
Após atingir o pico histórico em outubro, o índice de atividades turísticas recuou 1,8% em novembro, mas permanece 11,10% acima do nível pré-pandemia de COVID-19. Os maiores recuos ocorreram em:
- São Paulo (-2,60%)
- Pará (-6,90%)
- Ceará (-3,70%)
Na comparação anual, o turismo cresceu 9,2%, com destaque para Santa Catarina (15,90%) e Paraná (13,6%).
Transporte de passageiros e cargas em queda
- Transporte de passageiros: Recuo de 3,4%, e situa-se 7,90% acima do nível pré-pandemia de COVID-19.
- Transporte de cargas: Queda de 1,4%, 34,2% acima do nível pré-pandemia de COVID-19, mas 6,6% abaixo do recorde histórico registrado em julho de 2023.
O aumento das passagens aéreas foi citado como fator significativo para a redução da receita das companhias, o que afeta diretamente o turismo.