Sensação de confiança

Lula endossa Haddad e bancos acreditam no gesto, apesar dos custos políticos

Informações obtidas por Broadcast e O Estado de S.Paulo indicam que Lula expressou sua confiança no trabalho de Fernando Haddad

Lula e Haddad
Haddad cumprimenta Lula em sua cerimônia de posse como ministro da Fazenda - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os representantes dos principais bancos privados do Brasil saíram otimistas da reunião realizada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, na quarta-feira, 16 de outubro, informou o repórter Matheus Piovesana para o jornal O Estado de S.Paulo.

Os líderes bancários saíram convencidos de que Lula vai tomar decisões favoráveis ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), em assuntos relacionados à política fiscal, mesmo diante das sensibilidades políticas que envolvem essas medidas.

Informações obtidas por Broadcast e O Estado de S.Paulo indicam que Lula expressou sua confiança no trabalho de Fernando Haddad.

O que Haddad disse durante a reunião?

Durante a reunião, Haddad destacou a importância do equilíbrio fiscal para garantir um crescimento econômico sustentável e equilibrado.

Os presentes no encontro “viram, ouviram e sentiram” que Lula confia plenamente no ministro e que deve arbitrar a seu favor em decisões de governo.

Isso ocorre apesar de, em público, o presidente ter se manifestado contra cortes de gastos.

Expectativas pela reunião com Lula se concretizaram

Esse foi o primeiro encontro entre Lula e os presidentes dos maiores bancos privados do País.

Participaram do encontro os presidentes de Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander Brasil, além do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

Os participantes descreveram a conversa como bastante cordial, refletindo um clima de colaboração.

Haddad já se posicionava como um interlocutor de Lula com o setor

Os bancos já mantinham canais de diálogo com o governo, principalmente através do ministro Haddad.

No entanto, esta foi a primeira vez que tiveram a oportunidade de se reunir diretamente com o presidente.

Devido à natureza pública de suas instituições, os presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não estavam presentes, já que têm contato mais frequente com o presidente.

Qual foi o motivo e o que foi discutido na reunião?

A reunião foi solicitada pelos bancos a Haddad há alguns meses, em um período em que o ministro enfrentou uma crise devido à devolução da medida provisória (MP) que reonerava a folha de pagamento pelo Congresso Nacional.

Naquele momento crítico, os bancos expressaram apoio público a Haddad e contribuíram para acalmar o mercado financeiro.

Desde então, os líderes bancários tentavam agendar uma conversa com Lula, que ocorreu antes de um extenso período em que o presidente viajou pelo Brasil e para o exterior.

De acordo com relatos de participantes da reunião, tanto Lula quanto Haddad expressaram preocupações significativas.

Uma das questões discutidas foi a necessidade de encontrar soluções para o esgotamento das fontes de captação de crédito imobiliário, que ainda dependem fortemente da poupança.

Com a estagnação das cadernetas de poupança, os bancos têm sido forçados a endurecer as condições de financiamento para evitar a falta de recursos.

A Caixa Econômica Federal, como líder do setor, anunciou que vai começar a exigir um valor de entrada maior para os financiamentos que utilizam recursos da poupança, uma estratégia para conter a alta dos juros.

Por sua vez, os bancos privados têm reduzido as concessões de crédito, especialmente devido à sua menor dependência da poupança em comparação com o banco público.

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