Apesar da intensa pressão exercida pelo mercado financeiro em busca de informações sobre o corte de gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um interlocutor revelou ser “praticamente impossível” que se chegue a uma definição sobre as medidas na próxima semana.
Essa situação se deve à viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vai estar fora do país, informou a repórter Mariana Gualter para o jornal Folha de S.Paulo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, embarca para a Europa na segunda-feira, dia 4 de novembro, e deve retornar ao Brasil na madrugada de sábado, dia 9.
Durante sua viagem, Haddad vai visitar quatro capitais europeias, como Paris, na França.
A ausência do ministro durante esse período pode atrasar o anúncio de qualquer revisão importante nas políticas de gastos.
Atraso não foi exatamente uma novidade
A falta de novidades na próxima semana já havia sido antecipada pelo próprio ministro.
Em declarações feitas na quarta-feira, 30 de outubro, Haddad ressaltou que uma semana adicional de análise não prejudicaria a revisão.
Pelo contrário, ele acredita que esse tempo extra pode contribuir para a melhoria da qualidade do trabalho.
Impacto da incerteza sobre o corte de gastos no mercado financeiro
A declaração de Haddad veio em um momento delicado, logo após o dólar ter encerrado o dia com a maior cotação desde 2021.
O pessimismo no mercado financeiro foi acentuado pela falta de um prazo claro para a apresentação das medidas de corte de gastos, o que levou a uma preocupação crescente entre investidores e analistas econômicos.
Antes, Haddad se reuniu na terça-feira, 29 de outubro, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela segunda vez na semana para discutir as medidas econômicas.
Essa reunião, que não estava registrada nas agendas oficiais, durou cerca de 4 horas e 30 minutos.
Além de Haddad, participaram da reunião o ministro Rui Costa (PT-BA), responsável pela Casa Civil, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e os atuais secretários da Fazenda, Dario Durigan (secretário-executivo) e Guilherme Mello (Política Econômica).
Apesar de estar ciente das propostas elaboradas pela equipe econômica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não se decidiu sobre as medidas, revelou a ministra Simone Tebet (MDB-MS), que comanda o Planejamento e Orçamento.
Durante sua coletiva de imprensa na quarta-feira, 30 de outubro, Tebet defendeu que a revisão das medidas de gastos seja apresentada ainda em novembro, embora não tenha se comprometido com uma data específica.