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Setor público registra déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto, diz BC

Este resultado foi uma leve melhora em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit foi de R$ 22,8 bilhões

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O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou, nesta segunda-feira (30), que o setor público consolidado apresentou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto de 2024, como apontado no relatório de Estatísticas Fiscais.

Este resultado foi uma leve melhora em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o déficit foi de R$ 22,8 bilhões.

Acumulação de déficit nos últimos doze meses

No acumulado dos últimos doze meses, o setor público consolidado registrou um déficit de R$ 256,30 bilhões.

Esse valor representa 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB), com uma redução de 0,03 ponto percentual em relação ao déficit acumulado até julho de 2024.

Essa leve diminuição foi um sinal de que as finanças públicas podem estar em ajuste, apesar da continuidade do déficit.

Dívida líquida do setor público

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 62,0% do Produto Interno Bruto (PIB), com um total de R$ 7,0 trilhões em agosto.

Esse aumento de 0,2 ponto percentual no mês foi influenciado por diversos fatores, inclusive os juros nominais apropriados, que subiram 0,6 ponto percentual, e o déficit primário, que contribuiu com mais 0,2 ponto percentual.

Por outro lado, a variação do PIB nominal registrou um impacto negativo de -0,4 ponto percentual.

Impactos dos juros e ajustes da dívida no déficit

Os dados mostram que os juros nominais são um dos principais responsáveis pelo aumento da DLSP.

No ano, a dívida líquida subiu 1,1 ponto percentual em relação ao PIB, e os juros nominais representaram um aumento significativo de 5,30 pontos percentuais.

Outros fatores relevantes incluem o déficit primário (+0,8 p.p.) e o reconhecimento de dívidas (+0,2 p.p.).

No entanto, a variação do PIB nominal e a desvalorização cambial de 16,8% acumulada no ano também contribuíram negativamente, com impactos de -2,50 p.p. e -1,80 ponto percentual, respectivamente.

Aumento da dívida bruta

Por sua vez, a Dívida Bruta, que inclui o Governo Federal, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e as esferas estaduais e municipais, alcançou 78,50% do PIB, ao total de R$ 8,90 trilhões em agosto.

Essa variação representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Os principais fatores que levaram a esse aumento foram a evolução dos juros nominais apropriados (+0,70 p.p.) e a variação do PIB nominal (-0,50 p.p.).

Evolução da dívida bruta em 2024

No ano de 2024, a dívida bruta apresentou um crescimento de 4,10 pontos percentuais do PIB.

Os juros nominais foram novamente o principal motor desse aumento, com uma contribuição de 5,10 pontos percentuais.

A emissão líquida de dívida (+1,30 p.p.) e a desvalorização cambial (+0,70 p.p.) também registraram papéis significativos nesse cenário.

Por outro lado, o crescimento do PIB nominal apresentou um efeito negativo de -3,10 pontos percentuais.

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