O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou otimista em relação à aprovação do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que está sendo negociado há mais de 20 anos.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (25), após participar da Assembleia Geral das Nações Unidas e de reuniões bilaterais em Nova York, Lula disse acreditar que o tratado pode finalmente ser concluído.
“Eu nunca estive tão otimista com o acordo entre a UE e o Mercosul. O Brasil está pronto para assinar. Agora, a responsabilidade é da União Europeia, não do Brasil”, afirmou Lula.
Assinatura do acordo ainda em 2024
Ele disse que informou à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na última terça-feira (25), que o Brasil assinaria o acordo.
O presidente disse a ela: “se vocês se prepararem nós poderemos assinar durante a reunião do G20′. Ou, quem sabe, até em uma reunião com champagne na sede da União Europeia”
O presidente ressaltou que, durante duas décadas, o impasse foi atribuído aos países do Mercosul, mas agora o bloco sul-americano estaria pronto para avançar.
O acordo, que teve sua primeira etapa concluída em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, passou por revisões, mas enfrentou resistências, especialmente na Europa.
Pressão de outros países
Um grupo de 11 países da União Europa também pediu à Ursula uma conclusão do acordo. Os ministros de Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Croácia, Estônia, Letônia, Luxemburgo e República Checa assinaram o documento.
“É urgente garantir os progressos alcançados até agora e encerrar as negociações. Acreditamos que todos os elementos estão reunidos para permitir uma rápida conclusão das negociações até ao final de 2024”, disseram os ministros.
Líderes como o presidente francês Emmanuel Macron têm manifestado preocupações, principalmente sobre o impacto no setor agrícola europeu e a ausência de compromissos mais fortes em relação à questão climática.
Durante seu discurso na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em março, Macron destacou que o acordo, nos termos atuais, colocaria empresas europeias, que seguem rígidas normas ambientais, em competição desigual com companhias de países que não adotam os mesmos padrões.
As informações são do InfoMoney