Imposto de Renda

Restituição do Imposto de Renda: saiba como usar para quitar dívidas

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o percentual de pessoas que se consideram "muito endividadas" subiu para 17,2% em abril, sendo o maior desde janeiro

Economia, Moeda Real,Dinheiro, Calculadora
Economia, Moeda Real,Dinheiro, Calculadora

O percentual de famílias brasileiras endividadas registrou aumento consecutivo em março e abril de 2024, segundo o último levantamento da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Dentre os endividados, 12,1% declararam não ter condições para quitar os débitos. Além disso, o percentual de pessoas que se consideraram “muito endividadas” subiu para 17,2% em abril, sendo o maior desde janeiro.

Os números podem mudar com o início do cronograma de pagamento da restituição do Imposto de Renda Pessoa Física, avalia a bacharel em Direito Gabriella Simioni, que é especialista em negociação de dívidas, ao indicar que os devedores priorizem “limpar o nome” com o valor recebido.

“O ideal é que os devedores busquem quitar as dívidas na integralidade, mas caso o dinheiro não seja suficiente, a indicação é que no mínimo o valor devido seja reduzido”, afirma. 

 

Cinco passos para renegociar dívidas 

Seguir alguns passos pode fazer a diferença na hora de renegociar dívidas. A primeira etapa, orienta a especialista, é a pessoa saber quanto ganha e quanto gasta.

“Mas é necessário ser detalhista e incluir os gastos necessários e aqueles que podem ser considerados supérfluos e que muitas vezes o endividado não consegue distinguir”, explica. “Mas é simples, é preciso dividir entre o necessário para viver e o que podemos dispensar”. Fazer essa primeira etapa é fundamental para saber, mediante o valor que sobrar entre a receita e a despesa, quanto o endividado poderá reservar para o pagamento das dívidas.  

O segundo passo é fazer uma lista das contas em atraso. A planilha também deve ser bem detalhada com os valores devidos e, principalmente, com os juros. Com isso em mãos, os devedores devem partir para a terceira etapa, que é fazer o plano de pagamento.

“Esse é o passo fundamental, pois o plano de pagamento deve ser feito a partir do saldo resultado das planilhas de recebimento e de gastos. Assim, a pessoa vai saber o saldo disponível e vai visualizar quanto pode direcionar para o pagamento das dívidas”, explica.

O quarto passo é formalizar uma negociação direto com o credor. “O credor vai flexibilizar e oferecer várias possibilidades para que a dívida seja quitada, pois é de interesse do credor que o devedor pague as dívidas. O interesse é que o devedor limpe o nome e volte ao mercado de crédito para novas movimentações”, afirma.

Por fim, Gabriella Simioni lembra que as instituições financeiras e o Poder Público costumam frequentemente realizar programas de renegociação de dívidas, com um abatimento significativo dos juros. “ Esta é uma modalidade que deve estar no radar dos endividados, sempre”, finaliza.

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