Economia

Reviravolta no Payroll: especialista dá dicas para investidor brasileiro

Os dados apresentaram uma surpresa ao superar as expectativas de desaceleração indicadas pelo relatório Jolts

Reviravolta no Payroll: especialista dá dicas para investidor brasileiro

Os dados do Payroll apresentaram uma surpresa ao superar as expectativas de desaceleração indicadas pelo relatório Jolts. Segundo os números divulgados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o país criou 272 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de maio, superando a estimativa dos analistas, que era de 185 mil vagas, segundo o consenso LSEG. 

Além disso, a taxa de desemprego ficou em 4,0%, acima dos 3,9% do mês anterior, contrariando as expectativas de estabilidade em 3,9%.

Segundo o CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, "com a possibilidade de uma economia americana mais robusta do que o previsto, a expectativa de cortes imediatos nos juros pode ser adiada, concentrando-se agora no final do ano, após as eleições presidenciais nos EUA."

Eyng também destacou o impacto direto desse cenário sobre o dólar americano, afirmando que, com o dólar se tornando uma opção mais atrativa para investimentos, há um potencial aumento da procura pela moeda, gerando pressões de valorização não apenas no Brasil, mas também em outros mercados ao redor do mundo.

No cenário doméstico, os efeitos de uma economia americana mais aquecida podem ter impactos negativos. Enquanto alguns setores exportadores podem se beneficiar, a necessidade de manter os juros locais elevados para conter a pressão inflacionária pode gerar um impacto desfavorável mais amplo.

Eyng também falou sobre a importância do discurso de Roberto Campos, sobre a interdependência das políticas monetárias globais. O movimento indica que a possibilidade de redução da taxa básica de juros (Selic) no Brasil pode ser limitada.

O economista indicou que os investidores devem ter muita atenção nas empresas que são alavancadas, nas ações voláteis, e nas empresas que dependem apenas da situação interna sem exportação. "Alguns exportadores serão beneficiados enquanto importadores serão prejudicados pelo aumento do dólar. Cuidado também com companhias aéreas onde as dívidas e os combustíveis são pagos em dólar", afirmou. 

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