Economia

Selic: Copom pode cortar os juros em mais de 0,50 p.p.?

O consenso do mercado financeiro antevê uma queda a 11,75% ao ano nesta quarta-feira, 13 de dezembro, no que seria a quarta redução consecutiva desde agosto

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Nesta quarta-feira, dia 13 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) se reúne pelo segundo e último dia, no oitavo e último encontro do ano, para anunciar a decisão sobre a nova taxa básica de juros Selic.

O consenso do mercado financeiro antevê uma queda provável de 0,50 p.p., com a redução de 12,25% para 11,75% ao ano (a.a.). Este deve ser o quarto corte desde agosto, quando o comitê iniciou o processo de queda de juros.

A Equus Capital, que semanalmente faz o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), vê a probabilidade de corte indicada pelo mercado em 98,6%. Na semana anterior, este percentual estava em 98,0%. 

“Essa leve variação na expectativa pode ser interpretada como uma estabilização nas previsões do mercado, indicando que, embora haja uma antecipação quase unânime de um corte na Selic, as grandes oscilações são improváveis no curto prazo”, afirma Felipe Uchida, diretor do departamento de Análises Quantitativas e sócio da Equus Capital.

Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, não acredita que poderia haver uma mudança na comunicação do colegiado nesse momento.

O executivo vê como certo os próximos dois cortes de 0,50% nas duas próximas reuniões, “e, em 2024, poderemos ver algumas demonstrações com relação à aceleração nos cortes”. “Até lá, a discussão será até onde poderá ir esse corte de juros”, completou.

Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, acredita que os dirigentes seguirão o consenso do mercado.

“Existe um ponto de atenção para 2024, quando a meta inflacionária passa a ser de 3%. Mesmo que a inflação oscile dentro da banda superior à meta, o Banco Central não necessariamente deve aumentar a magnitude do corte de juros para um ritmo superior ao 0,50 ponto percentual praticado nas últimas reuniões”, observou.

Na verdade, Simioni acredita que, nas próximas três reuniões em 2024, e a depender do comportamento das variáveis macroeconômicas, os juros devem estacionar próximo ao patamar de 10,25% ou 10% ao final deste ciclo, próximo a maio.

“E se tivesse que escolher uma palavra para definir 2024, ela seria disciplina”, afirma.

O economista afirma que vai ser necessário permear os preços à medida que o mercado entender com qual nível de seriedade o governo vai agir no cumprimento da meta fiscal longo do primeiro semestre do ano.

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