Expectativas

Brasil sentirá impacto limitado com novas políticas de Trump, diz Itaú BBA

Para o economista-chefe do Itaú BBA o déficit comercial do Brasil com os EUA reduz a probabilidade de o país ser alvo de tarifas de Trump

Trump segurando uma camiseta do Brasil

O que a mudança na presidência dos Estados Unidos afeta a economia brasileira? O economista-chefe do Itaú BBA, Mario Mesquita, afirmou que o impacto inicial das políticas de Donald Trump no Brasil será limitado. 

De acordo com Mesquita, o déficit comercial brasileiro com os Estados Unidos reduz a probabilidade de o país ser alvo de tarifas, diferentemente de México e Canadá, que enfrentam maior exposição às medidas protecionistas.

A posse de Trump afeta o dólar? 

Mesquita destacou no relatório do Itaú que o real segue subvalorizado, com o câmbio justo estimado em R$ 5,70. 

No entanto, na quarta-feira (22), o dólar despencou. Essa foi a primeira vez em mais de um mês que a moeda fica abaixo de R$ 6, desde os dias 11 e 12 de dezembro. 

Assim, o dólar fechou o dia cotado a US$ 5,94. 

A queda aconteceu após Donald Trump voltar a defender tarifas de importação, mas com percentuais menores do que os propostos na campanha, como os 10% para produtos chineses. 

Expectativas do Itaú BBA para taxa de juros 

Diante do cenário, o Itaú BBA projeta novas altas na taxa básica de juros. 

O Banco Central deve seguir com aumentos de 100 pontos-base, levando a taxa Selic a 15,75% ao final do ciclo.

“Com isso, a gente acha que o Banco Central vai sim cumprir a sua sinalização de subir a taxa de juros em mais rodadas de 100 pontos e que a taxa de juros vai chegar no final do ciclo a 15,75%”, afirma o relatório do Itaú. 

Brasil no exterior 

No relatório do Itáu BBA, Mesquita observou que o ambiente global está marcado por incertezas. “Porque cada dia pode ter uma novidade vindo de Washington e isso tende a ser ruim para o comércio internacional, tende a ser ruim até para o crescimento mundial”.

O economista-chefe do Itaú também avalia que o Brasil terá grande relevância no Fórum Econômico Mundial de Davos este ano. Assim, as discussões serão centradas nos Estados Unidos e em crises geopolíticas.

O Brasil mantém destaque nas discussões ambientais em Davos. Por outro lado, a Argentina, sob a gestão de Javier Milei, adota um discurso liberal mais bem acolhido no evento.

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