Viajar para o exterior em tempos de dólar nas alturas pode parecer um sonho distante, mas não é impossível. A alta do dólar tem sido um dos grandes desafios para quem planeja viajar ao exterior. Com o recorde do dólar comercial a R$6,26, custos como passagens, hospedagem e alimentação tornam-se mais pesados para os brasileiros.
Além disso, o dólar turismo — ainda mais elevado que a cotação comercial — aumenta ainda mais o impacto no orçamento de viagem.
Mas, mesmo em tempos de câmbio desfavorável, é possível planejar e realizar sua viagem dos sonhos com estratégias financeiras e escolhas inteligentes. Segundo a aviação civil brasileira, mais de 2,1 milhões de brasileiros fizeram viagens internacionais em 2024.
Confira as melhores práticas para driblar a alta do dólar e aproveitar sua experiência internacional sem comprometer o bolso.
Por que o dólar está em alta?
O dólar está alto devido a uma combinação de fatores internos e externos. No Brasil, incertezas fiscais e dúvidas sobre a capacidade do governo em equilibrar as contas públicas aumentam a percepção de risco para investidores.
No cenário externo, políticas econômicas nos Estados Unidos, como o possível endurecimento monetário pelo Federal Reserve e a nova gestão de Donald Trump, contribuem para a valorização do dólar frente a moedas emergentes.
Desde 2011, a moeda americana passou de R$ 1,86 para mais de R$ 6,25 em 2024. Essa dinâmica afeta diretamente o custo de vários produtos e setores.
LEIA MAIS: Quais os impactos da alta do dólar no seu dia a dia?
Além disso, viagens internacionais também são impactadas com a alta do dólar, com o preço de passagens, hospedagem e outros gastos no exterior aumentando diretamente.
Como viajar com o dólar em alta: veja algumas dicas
Viajar com o dólar em alta exige planejamento e estratégias inteligentes. Abaixo, veja algumas orientações práticas para minimizar os impactos no orçamento:
1. Planeje seu orçamento com cuidado
O primeiro passo para viajar com o dólar em alta é dar uma atenção especial ao planejamento. Organize suas finanças e divida os gastos em categorias como transporte, hospedagem, alimentação e passeios.
Assim, você terá uma visão clara dos custos e poderá identificar onde cortar ou economizar. Priorize despesas essenciais e procure alternativas econômicas, como hospedagens fora das áreas turísticas ou restaurantes locais mais acessíveis.
2. Compre dólares aos poucos
Evite comprar toda a moeda de uma vez. A estratégia de compras mensais do dólar ajuda a diluir o impacto de flutuações cambiais.
Assim, você construirá um preço médio mais vantajoso.
Por exemplo, ao comprar 200 dólares mensalmente, você reduz os efeitos de picos de alta no câmbio.
3. Diversifique os meios de pagamento
Combine diferentes opções, como dinheiro em espécie, cartões pré-pagos e contas globais. Cada modalidade tem vantagens e desvantagens:
- Dinheiro em espécie: Ideal para pequenas despesas, com IOF reduzido (1,1%).
- Cartão pré-pago: Permite travar a cotação no momento da recarga, mas cobra IOF de 4,38%.
- Conta global: Oferece câmbio mais competitivo e IOF reduzido, mas pode ter tarifas de manutenção.
- Cartão de crédito: Útil para emergências, mas sujeito à oscilação cambial e IOF elevado.
Por que apostar em contas globais?
As contas globais se tornaram uma alternativa prática e econômica e podem facilitar em momentos com o dólar em alta.
Oferecidas por fintechs como Nomad e Wise, e também por bancos tradicionais, essas contas permitem realizar transações em moeda estrangeira com IOF reduzido (1,1%) e cotações mais favoráveis.
Além disso, algumas instituições oferecem funcionalidades como poupança em dólar e alertas de câmbio, que ajudam a planejar a compra de moeda.
Segundo Eduardo Baer, COO da Nomad, o Dólar Nomad permite ao cliente adquirir dólares com antecedência e resgatá-los após um ano, mitigando riscos de flutuações cambiais.
Controle os gastos
Mesmo com um planejamento financeiro eficiente, controlar os gastos durante a viagem é preciso, ainda mais quando o dólar está em alta. Aqui estão algumas estratégias:
Viaje com menos deslocamentos: reduza gastos com transporte ficando mais tempo em cada local.
Hospede-se em apartamentos: além de economizar na diária, você pode cozinhar e evitar restaurantes caros. Plataformas como Airbnb podem ser uma boa opção para esses momentos.
Escolha destinos mais baratos: países como Portugal, México e Índia oferecem experiências ricas a custos mais baixos do que Orlando, por exemplo.
Investir antes de viajar: uma estratégia em meio ao dólar em alta
Investir o dinheiro reservado para a viagem pode ser uma boa forma de maximizar os recursos no contexto do dólar em alta.
Aplicações de renda fixa, como o Tesouro Selic, são seguras e oferecem rendimento atrativo, protegendo o orçamento contra imprevistos, como uma alta inesperada no dólar.