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Carros elétricos: chegada da Tesla (TSLA34) e volta do imposto de importação, o que esperar em 2024?

Apesar dos 10% da tributação a partir de janeiro, mercado deve expandir no Brasil com empresa de Elon Musk e criação de novos postos de recarga

Carro elétrico da fabricante de Elon Musk, que chega ao Brasil até o fim de 2024 - Divulgação/Tesla
Carro elétrico da fabricante de Elon Musk, que chega ao Brasil até o fim de 2024 - Divulgação/Tesla

Considerados como uma opção de mobilidade sustentável, os carros elétricos têm ganhado cada vez mais espaço pelo mundo. Aqui no Brasil, por exemplo, as vendas destes veículos devem encerrar o ano de 2023 com crescimento entre 62,00% a 83,00% quando comparado a 2022, segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

O setor espera que esse número continue a subir, principalmente, com a chegada de novos modelos e a expansão da infraestrutura de recarga.

Para 2024, empresas como Tesla (TSLA34) planejam ampliar ainda mais seu fornecimento de carros desse tipo para o Brasil e do lado das estações de recargas, um dos maiores grupos de autopostos rodoviários do país, a Rede Graal anunciou investimentos de cerca de R$ 15 milhões nesses pontos para recargas ultrarrápidas e semirrápidas para veículos elétricos.

Mas tamanho investimento vale a pena? Quais os desafios e projeções deste mercado no Brasil? Descubra a seguir:

 

O mercado de carros elétricos no Brasil em 2023

De janeiro até o final de novembro deste ano, foram 13.292 unidades de carros elétricos vendidos no Brasil. Uma alta de 57,00% se comparado a 2022, quando o número de emplacamentos do segmento foi de 8.458 do mesmo período.

Atualmente, o veículo mais comprado, o BYD Dolphin — eleito o Carro do Ano 2024 —, vendeu 4.561 unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), associação que representa as concessionárias. Somente em novembro foram 1.694 emplacamentos, muito mais do que os 286 do vice-líder, Yuan Plus, também da BYD.

Em agosto, uma das maiores produtoras de carros elétricos, a Great Wall Motors (GWM) se lançou oficialmente como marca no Brasil. Com ela, veio o Haval H6, carro híbrido plug-in (com recarga em rede elétrica) que tem o conjunto mecânico como um de seus destaques. 

O carro tem três motores – um a combustão na dianteira e outros dois elétricos, com um em cada eixo – ou seja, de tração integral. Até 2026, a marca recém chegada pretende lançar novos modelos.

Qual o principal desafio do mercado brasileiro de carro elétrico em 2024?

Apesar da expansão programada para o próximo ano, os preços dos carros elétricos devem subir com a volta do imposto de importação para elétricos, híbridos e híbridos plug-in, que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) anunciou em 10 de novembro – no que se categoriza como um dos maiores desafios desse mercado em 2024.

 

Como vai funcionar a tributação?

  • – O governo anunciou uma tributação de 35% para as três categorias, porém, cobrada de forma gradual a partir de janeiro de 2024.

 

Confira abaixo quanto e quando os impostos entram em vigor para os carros elétricos:

  • 10% em janeiro de 2024
  • 18% em julho de 2024
  • 25% em julho de 2025
  • 35% em julho de 2026

 

Carros híbridos

  • 12% em janeiro de 2024
  • 25% em julho de 2024
  • 30% em julho de 2025
  • 35% em julho de 2026

 

Carros híbridos plug-in

  • 12% em janeiro de 2024
  • 20% em julho de 2024
  • 28% em julho de 2025
  • 35% em julho de 2026

 

Apesar disso, o governo propôs uma colher de chá e estipulou uma cota para que as fabricantes possam trazer ao Brasil carros eletrificados sem pagar a alíquota.

A princípio, a promessa era que a distribuição de cotas fosse anunciada em dezembro, mas o ano se encaminha para o fim e o governo ainda não anunciou a divisão.

 

Confira as cotas totais para os próximos anos:

Carros Até junho de 2024  Até julho de 2025
Híbridos US$ 130 milhões US$ 97 milhões
Híbridos plug-in US$ 226 milhões US$ 169 milhões
Elétricos US$ 283 milhões US$ 226 milhões

O que esperar deste mercado em 2024?

A S&P Global Mobility projeta que em 2024, o mercado de carros elétricos deve viver um aumento significativo nas vendas globais. Espera-se que 13,3 milhões de unidades de veículos deste tipo sejam comercializadas no próximo ano.

Pelo Brasil, o cenário segue em expansão. A exemplo, aguarda-se a chegada da Tesla (TSLA34), que tem prometido se expandir para estes lados em 2024.

A companhia de Elon Musk já domina o mercado nos Estados Unidos e na Europa, e pretende construir um polo brasileiro até o final do próximo ano. Por aqui, seus carros são vendidos por meio de importadoras independentes.

Nesse sentido, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou suas previsões de mercado para carros híbridos e elétricos no país. Segundo a associação de fabricantes, as vendas destes devem crescer 61,00% em 2024, de 88.800 unidades para 142.000.

De acordo com as previsões, as vendas de carros elétricos no próximo ano podem chegar a 24.100 exemplares, contra 15.200 ao fim de 2023. Por sua vez, os híbridos devem contabilizar 117.900 unidades.

Quanto aos pontos de recargas para estes veículos, de acordo com a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), até metade de 2023, o Brasil possuía 3.254 unidades, número 10,2% maior do que dezembro de 2022, quando eram 2.955.

A ABVE estima que, até 2030, o país comporte mais de 80 mil postos para recarga. Nessa esteira, a Rede Graal tem se proposto a colaborar para que o país atinja essa meta.

A empresa planeja distribuir seus carregadores em trinta e sete das cinquenta unidades da bandeira ao longo do primeiro semestre de 2024, localizadas nas principais rodovias dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Para isso, adquiriu 74 equipamentos das empresas WEG (WEGE3), ABB e BYD. "Eles são capazes de abastecer os veículos elétricos em apenas 20 minutos, em média, contra as mais de 4 ou 5 horas de carregadores tradicionais", comenta a companhia.

Contudo, as empresas já presente no país e as que prometem chegada não revelam muito sobre seus planos para 2024, mas com o imposto de importação em vigor e o aumento da alíquota ao passar dos anos, as estrangeiras devem buscar cada vez mais se consagrar como marca no mercado nacional.

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