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Cortes na Selic fazem renda fixa perder rentabilidade em quase 40%, mas Brasil ainda remunera bem

País desponta como o segundo que melhor paga entre os países emergentes, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

- Marcello Casal Jr., Agência Brasil
- Marcello Casal Jr., Agência Brasil

O ciclo de corte de juros que o Banco Central (BC) tem implementado desde agosto passado fez a renda fixa perder 37,00% de rentabilidade, mas o Brasil ainda remunera bem e desponta como o segundo que melhor paga entre os países emergentes, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

Eyng aponta que o Brasil tem a segunda maior taxa de juro real do mundo, atrás apenas do México (6,490% contra 5,950%). “Historicamente, os países emergentes e os países do BRICS precisam pagar uma taxa maior, visto que são economias menos desenvolvidas”, diz. O executivo cita Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Para ele, o panorama favorece o investidor “e obriga a renda fixa a remunerar bem”, uma vez que os juros reais são a taxa Selic descontada a inflação. Eyng explica que, nesse sentido, o investidor acaba por ganhar o líquido, “sem perder o poder de consumo”, explica.

Para o economista, a renda fixa ainda lidera a preferência dos investidores, embora tenha perdido rentabilidade, devido à proteção que oferece.

Com os juros reduzidos, a renda variável tende a ganhar escala, mas, por enquanto, o investidor tem buscado proteção e isso o leva à renda fixa. Os títulos de dívida do governo são um bom ativo.

“Os investidores devem recorrer aos ativos que contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ou investir em títulos públicos. Os mais sofisticados podem buscar Fundos de Investimentos em Direito Creditório (FIDC)“, destaca.

À medida que o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) implementa novos cortes, a rentabilidade da renda fixa vai, inevitavelmente, cair mais. Entretanto, os juros atuais ainda são considerado elevados, o que “segura” o investidor por mais tempo neste tipo de produto de investimento.

Em relação ao FIDC, Eyng relembra que a Resolução CVM 175 facilita aporte em criptomoedas e Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), bem como em fundos internacionais. 

De acordo com Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, “para os investidores mais conservadores, títulos de renda fixa, especialmente os pré-fixados, podem ser uma boa alternativa, especialmente se considerarmos o cenário de que a Selic vai seguir na sua trajetória de queda”. A gestora estima um piso de 9,00%, num cenário mais pessimista ou num cenário mais otimista, cerca de 8,5% ou 8%.

No entanto, se partirmos dessa mesma premissa, essa queda nas taxas de juros pode impulsionar os retornos de ativos tidos como mais arriscados, como ações e ativos ilíquidos, como fundos de private equity ou mesmo fundos de venture capital.

“Um investidor com uma visão de longo prazo, com uma tolerância de risco um pouco maior, deveria aproveitar esse momento para montar posições de longo prazo nesse tipo de ativo”, conclui Vasconcellos.

 

Diferenças entre renda fixa e renda variável

Renda fixa e renda variável são duas categorias de investimentos que se diferenciam principalmente em relação à previsibilidade dos rendimentos.

Na primeira, os investimentos são conhecidos por oferecerem retornos mais previsíveis, pois os investidores geralmente conhecem antecipadamente a forma como os rendimentos serão calculados.

Ela oferece uma taxa de juros fixa ou variável, geralmente definida no momento da aplicação.

Os títulos de renda fixa incluem CDBs, Tesouro Direto, Letras de Crédito, entre outros. Em geral, investimentos em renda fixa são considerados menos arriscados do que a renda variável, mas os retornos também podem ser mais moderados.

Já a renda variável tem como característica principal investimentos sujeitos a variações no mercado, e os rendimentos não são previsíveis. O valor dos ativos pode variar significativamente ao longo do tempo. Diferentemente da renda fixa, não há garantia de retorno. Os investimentos em renda variável incluem ações, fundos imobiliários (FIIs), opções, commodities, entre outros. 

Entretanto, a renda variável pode oferecer retornos mais significativos, mas isto está associado a um maior risco de perda, pois os preços dos ativos podem ser influenciados por diversos fatores, como condições econômicas, políticas e de mercado.

 

As informações são de Gueratto Press.

 

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