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Cruzeiro do Sul (CSED3): XP inicia cobertura de ações e aposta em valorização de 146,75%

Veja expectativas dos analistas para a empresa e aos principais papéis ligados ao setor de educação

- Sincerely Media via Unsplash
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A XP iniciou a cobertura das ações de Cruzeiro do Sul (CSED3) nesta terça-feira. A classificação foi informada em um relatório onde analistas também revisam desempenhos e projeções de Ânima Educação (ANIM3), Cogna Educação (COGN3) e Ser Educacional (SEER3). 

Entretanto, Cruzeiro do Sul (CSED3) foi escolhida como Top Pick, devido ao valuation (P/L de 8,1x, em 2023E).

Depois de dois anos muito difíceis para as empresas de educação, a XP afirma que as perspectivas de curto e médio prazo para a indústria são, em sua maioria, positivas, dadas as expectativas em relação a:

(i) uma recuperação no segmento presencial;

(ii) crescimento consistente no segmento digital; e

(iii) crescimento nas faculdades de medicina a partir da maturação de vagas e de novas vagas.

As primeiras indicações sobre a captação do primeiro semestre de 2022 (1S22) no presencial são positivas em termos de volume, embora mistas em termos de preços. No entanto, a XP espera que o número de matrículas volte aos níveis pré-pandemia, o que deve dar a este segmento o impulso necessário para melhorar a sua rentabilidade.

Veem isso como relevante principalmente para as empresas com maior representatividade de alunos no presencial dentro de sua base total.

Analistas esperam mais um ano de forte crescimento nas bases de alunos de educação digital, com todas as empresas do nosso universo de cobertura com ganho participação de mercado.

O ticket médio deve ser um problema para novas matrículas, especialmente dado o cenário competitivo. No entanto, veem essa vertical como altamente dependente da escala, e coloca os players listados – que detinham aproximadamente 42% do mercado em 2020 – em uma posição vantajosa.

O ensino de medicina tem sido um dos principais temas do setor de educação nos últimos anos, devido aos altos tickets médios, margens altas e baixas taxas de PDD e evasão.

A XP acredita que a maturação das vagas em medicina, juntamente com a aprovação de novas vagas, vai ser uma grande alavanca tanto para a Ânima quanto para a Yduqs (YDUQ3), dado que são as companhias dentro da cobertura com as maiores operações nesse segmento.

Principais riscos

i) cenário macroeconômico

As captações e tickets no segmento de ensino superior são altamente dependentes do cenário macroeconômico, muito influenciados por renda e emprego.

Assim, se a economia se deteriorar, pode haver dúvidas em relação à capacidade das empresas de educação em gerar lucros;

ii) concorrência

o setor de educação continua altamente competitivo – especialmente no segmento de educação digital – empresas pressionam tickets e fazem outros movimentos para ganhar participação de mercado.

No entanto, ANIM, COGN, CSED, SEER e YDUQ estão entre os maiores do setor, e, portanto, a pressão competitiva tem um efeito mais brando sobre essas empresas do que sobre outras menores;

iii) benefício fiscal

A indústria de ensino superior fora elegível ao programa Prouni, no qual um determinado número de vagas tem sido destinado a estudantes financeiramente desprivilegiados em troca de isenção de Imposto de Renda (IR).

O programa foi renovado até 2031 e, apesar de que pode não haver uma alta probabilidade de ser encerrado ao final deste período, caso isso aconteça, as empresas de educação enfrentarão um forte aumento na alíquota do imposto de renda.

iv) integração das aquisições

As empresas de educação fizeram várias aquisições nos últimos anos, e algumas ainda estão a caminho de serem integradas.

Caso as empresas não consigam capturar as sinergias esperadas, as margens podem não expandir na proporção que prevemos, o que pode afetar as nossas estimativas.

v) alavancagem

Estamos no meio de um ciclo de elevação da taxa de juros, que, combinado com o endividamento líquido das empresas de educação, pode deteriorar os lucros e até prejudicar sua capacidade de crescimento.

Recomendações

A Cruzeiro do Sul (CSED3) foi apontada com recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 11,40 – o que implica em um potencial de valorização de 146,75% sobre o fechamento no pregão anterior, 5 (R$ 4,62).

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