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Moura Dubeux (MDNE3): empresa se valoriza em 17,4% desde o início do ano e CEO celebra balanço

Diego Villar, CEO da Moura Dubeux (MDNE3), afirma que a empresa tem conseguido driblar o efeito inflacionário e preservar as margens, a despeito da alta dos custos de produção com Selic a 12,75% e dos índices de desemprego

Moura Dubeux - Reprodução: Divulgação
Moura Dubeux - Reprodução: Divulgação

Às 11:17 desta sexta-feira (13), as ações da Moura Dubeux (MDNE3) subiam 2,26%, ao preço de R$ 6,34 cada. O desempenho estendia o movimento positivo que os papéis da companhia apresentam desde o início do ano. MDNE3 já se valorizou em 17,41% nos últimos meses.

A incorporadora, que atua em sete estados da região Nordeste, registrou lucro líquido de R$ 23,2 milhões no primeiro trimestre do ano, crescimento de 30,4% na comparação com o período entre janeiro e março retrasados.

O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado se expandiu em 25,4% em um ano, a R$ 27 milhões.

Para repercutir os últimos números, eventos e projeções da companhia, a SpaceMoney conversou com Diego Villar, CEO da Moura Dubeux.

O executivo avalia que o valor de mercado da companhia não reflete ainda o seu bom momento, tanto operacional, quanto de estrutura de capital e atribui a valorização no acumulado do ano a uma consistência na entrega dos últimos resultados.

“Mesmo em meio a um ambiente desafiador, acreditamos muito em nossa tese e em nossa região, onde já possuímos um know-how de aproximadamente 40 anos e já entregamos mais de 220 projetos. O Nordeste permanece com níveis baixos de estoques e lançamentos, indicadores que permitirão o crescimento da Moura Dubeux no curto, médio e longo prazo”, diz.

A companhia encerrou o ano de 2021 com dezessete projetos lançados, que juntos, somam um VGV bruto de R$ 1,36 bilhão e um VGV líquido de R$ 1,11 bilhão – seu melhor ano, em volume de vendas. Os bons números impulsionam o otimismo para 2022.

“Os números alcançados no primeiro trimestre de 2022, com recorde em vendas, crescimento da receita, lucro líquido e geração de caixa, nos fazem seguir otimistas com o nosso mercado e a nossa estratégia desenhada para o ano”, conta o CEO.

Villar vê a empresa consolidada para enfrentar as pressões do cenário macroeconômico e diz que a Moura Dubeux vai seguir firme com o seu plano de negócios, com a expectativa de crescimento e consolidação da nossa liderança na região Nordeste.

No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros Selic ao patamar de 12,75% ao ano, com sinais de que o colegiado pode desacelerar a magnitude dos acréscimos, mas manter o ciclo de alta.

“Sem dúvidas, o ciclo de alta da Selic atrapalha o andamento do setor, mas a Moura Dubeux possui dois diferenciais corporativos. Além da Incorporação tradicional, atuamos no business de Condomínio Fechado, modelo que apresenta produto final idêntico ao de Incorporação, mas no qual basicamente recebemos fees como prestadores de serviço, e repassa 100% dos custos de produção para os clientes”, conta.

Até o momento, Villar diz que a Moura Dubeux tem conseguido driblar o efeito inflacionário e preservar as margens, a despeito dos custos de produção e dos índices de desemprego. 

“A nossa operação está concentrada em uma região com alta disponibilidade de mão de obra e baixa competitividade, o que blinda a companhia de pressões com custos relacionados à força de trabalho, que são parte relevante na composição do orçamento dos projetos”, acrescenta.

Villar afirma que, desde o IPO, realizado em fevereiro de 2020, a Moura Dubeux tem atuado e fortalecido a companhia nas frentes de ESG (sigla em inglês para os eixos ambiental, social e de governança).

O executivo destaca os dois lançamentos em retrofit que a empresa realizou no ano passado, nos quais preservarão a estrutura e arquitetura dos ativos existentes. “Em um deles, transformaremos silos, que eram utilizados para armazenamento de grãos, em unidades residenciais”, diz.

O relatório de sustentabilidade da Moura Dubeux, publicado ao fim de abril de 2022, pode ser acessado aqui.

Em seu último relatório, apesar da recomendação de compra, com preço-alvo estipulado em R$ 17,00 para o fim do ano, o Banco Safra apontou, entre os riscos ao investir em MDNE3, que o estoque de terrenos da incorporadora seria limitado e que ele totaliza algo em torno de R$ 3,6 bilhões em volume geral de vendas.

Analistas alegaram que esse número seria suficiente para suportar seu plano de crescimento para pouco mais de 2 anos apenas. Villar discorda da avaliação. 

“Atualmente, o nosso banco de terrenos possui um valor geral de venda de aproximadamente R$ 6 bilhões. Nosso posicionamento estratégico e liderança regional nos permitem repor o banco de maneira rápida e ter acesso às melhores oportunidades nas praças onde atuamos. A companhia está dimensionada para lançar um valor geral de venda anual entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões. Assim, o landbank atual é suficiente para suportar o crescimento da Moura Dubeux pelos próximos três anos”, completou.

 

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