Pesquisa recente realizada pelo CFA Institute, associação global de profissionais de investimento, apontou que a área de Finanças aparece em quarto lugar entre as mais atrativas para o desenvolvimento profissional dos jovens brasileiros.
A área só fica atrás de saúde, marketing e tecnologia da Informação, mas desbanca carreiras em educação, STEM (ciência, tecnologia e matemática), medicina, arquitetura/engenharia, rh e jurídica. E a pandemia da covid-19 pode trazer ainda mais relevância para o segmento.
A covid mostrou a necessidade de hábitos mais cuidadosos não apenas com a saúde física e emocional. Os impactos na vida das pessoas também serviram para incentivar a atenção à saúde financeira, tanto doméstica quanto das empresas, o que torna o mercado de trabalho do segmento mais atrativo.
Raisa Evangelista Soares, 28 anos, analista financeiro na Assetz Expert Recruitment, faz parte do grupo de jovens atentos a esse cenário. Ela tem um olhar otimista para o setor, tanto que vem investindo na carreira.
“Acredito que temos boas oportunidades no mercado. É uma área que vem crescendo e se tornando mais conhecida entre os jovens que estão ingressando agora nas universidades. Imagino que é uma área que deve crescer muito nos próximos anos, fazendo com que as oportunidades aumentem também”, avalia.
Raissa explica que desde cedo se interessa por finanças e que o primeiro passo foi se preocupar com o próprio dinheiro e isso foi importante na decisão de seguir uma carreira na área.
“Sempre busquei conhecer ferramentas e cursos para gestão de finanças pessoais. Desde a adolescência eu tinha o controle dos meus gastos, e sempre busquei controlá-los com um objetivo”, relembra.
Recentemente, Raisa decidiu participar do programa IBEF Conecta Upcoming, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Ela explica que o projeto foca em networking qualificado e visa proporcionar consultoria de alta relevância.
“Com ele, pude conhecer ferramentas para conseguir melhorar meu desempenho profissional. As conversas com CEO, CFO e headhunter foram muito importantes para mim e me fizeram ter uma visão relevante para minha carreira”, afirma.
Jovens e finanças
“A crise vem mostrando para as organizações e, principalmente aos executivos de finanças, a importância de conhecerem mais profundamente o negócio, não somente os processos de back-office, mas também por meio de uma visão estratégica”.
É desta forma que avalia Magali Leite, CFO (diretora financeira), conselheira Fiscal e de Administração, além de vice-presidente do IBEF Conecta, programa do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças voltado a jovens.
Segundo Magali, o mercado de trabalho do segmento está aquecido e as empresas estão buscando profissionais jovens que estejam atualizados com a transformação digital que está revolucionando a área de finanças.
Hoje, garante ela , é essencial estar conectado com as novas tecnologias, e os jovens têm esse olhar apurado. Além disso, outro atrativo é a remuneração dos profissionais da área, que está acima da média de outros segmentos.
Educação financeira
No entanto, estar preparado para assumir essa posição não é tarefa tão fácil. Conforme Magali, o Brasil não tem tradição de educação financeira nas escolas, e isso impacta na formação não só dos profissionais de finanças, mas de cidadãos que tenham conhecimento do assunto.
Para ajudar nessa preparação, o IBEF oferece aos associados o Conecta-Jovem, grupo formado exclusivamente por profissionais de até 35 anos que pretendem exercer a função de executivo de finanças.
São realizadas reuniões mensais e eventos bimestrais exclusivos para membros do grupo, a fim de contribuir para a formação e desenvolvimento profissional dos novos executivos.
“Além disso, lançamos em setembro o IBEF Conecta Upcoming, projeto inédito de consultoria e criação de rede de networking para jovens executivos e futuros CFOs”, diz Magali, fazendo referência ao programa que Raisa escolheu fazer.
Magali detalha que durante três meses, 20 novos executivos formarão duplas com CFOs, CEOs e experientes headhunters para troca de experiências e networking com profissionais sêniores do mercado.
A interação e o networking com executivos experientes, aponta a CFO, é fundamental para a evolução e o amadurecimento profissional de jovens executivos que serão os líderes de finanças do futuro.