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Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) pagaram mais dividendos que as demais empresas da B3 juntas em 2021

XP mantém recomendações de compra para as duas empresas; veja

- REUTERS/Bruno Domingos
- REUTERS/Bruno Domingos

As duas maiores empresas do Ibovespa, Petrobras (PETR3)(PETR4) e Vale (VALE3), são as maiores pagadoras de dividendos da B3 (B3SA3), a bolsa brasileira, em 2021, com um valor maior que todas as outras empresas listadas juntas.

Segundo estudo da Economatica, divulgado com exclusividade pelo jornal Valor Econômico, as duas empresas juntas distribuíram R$ 146,01 bilhões no último ano, enquanto as 226 empresas restantes listadas e contabilizadas no estudo somam R$ 145,2 bilhões em pagamentos de dividendos e JCP (juros sobre capital próprio).

Com R$ 73,2 bilhões distribuídos no último ano, a Vale bateu seu recorde de rendimentos, e cresceu 188,9% em relação a 2020, ano que registrou maior pagamento até então.

No caso da Petrobras, o comportamento foi parecido: com R$ 72,72 bilhões distribuídos em 2021, a petroleira superou 2011, seu ano de maior rendimento com R$ 10,66 bilhões, em 582,2%.

Ao olhar a Bolsa como um todo, 2021 foi ano de pagamento recorde mesmo se desconsideradas as duas maiores pagadoras. Foram distribuídos R$ 145,2 bilhões, o que superou o ano de 2019 em 22,8%, maior registro até então, e 30,5% mais que em 2020.

Recomendações

A XP mantém recomendação de compra para a Petrobras (PETR3), com preço-alvo de R$ 45,30 por ação.

As razões para a visão positiva são: 

(i) alta qualidade dos ativos do pré-sal (com produção crescente); 

(ii) valuation atrativo (2,8x EV/EBITDA 12 meses à frente) e 

(iii) dividendos robustos (aproximadamente 23% de dividend yield para 2022 e soma de cerca de 100% para os próximos 5 anos).

Entre os principais riscos, analistas veem alto potencial para volatilidade nas ações em 2022, à medida que as eleições presidenciais se aproximam.

Apesar da companhia não estar estritamente em linha com a paridade internacional de preços dos combustíveis, a XP acredita que a situação dos subsídios de combustíveis está controlada em relação ao histórico da companhia entre 2011 e 2014.

A XP também reitera recomendação de compra para a Vale (VALE3), com preço-alvo de R$ 97,00 por ação.

Analistas esperam que os prêmios de qualidade mais altos no futuro ajudem a reduzir o desconto que a Vale negocia atualmente quando comparado aos pares, em termos de múltiplo EV/EBITDA.

Na visão da XP, a retomada da produção pode levar a Vale a um nível normalizado de 380 milhões de toneladas por ano em 2024.

Adicionalmente, apesar da forte queda dos preços de minério de ferro, ainda acreditam que a Vale seja uma forte geradora de caixa, mesmo considerados os patamares atuais.

Por fim, a Vale negocia a um múltiplo EV/EBITDA atrativos e abaixo da média histórica, e analistas esperam que essa diferença reduza adiante, frente a distribuição de dividendos diante da forte geração de caixa, melhores práticas ambientais, sociais e de governança.

Os principais riscos associados à Vale são aqueles relacionados à recuperação da demanda na China.

Mesmo que a crise energética na China tenha começado a diminuir e as restrições à produção de aço também estejam sendo reduzidas gradualmente, a demanda poderá não se recuperar completamente conforme os projetos de construção chegam à conclusão e o pipeline de novos projetos diminui. 

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