Às 16:00 desta segunda-feira (13), as ações de Petz (PETZ3) despencavam 9,15%, ao preço de R$ 10,17 cada.
Os papéis da companhia eram pressionados pela alta da curva de juros, enquanto os mercados temem uma postura mais dura do Federal Reserve em relação a trajetória dos juros na economia norte-americana a ser anunciada na quarta-feira (15).
Internamente, investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária sobre os juros brasileiros, igualmente esperada para a próxima quarta-feira.
Normalmente, são as empresas de tecnologia e as mais expostas a economia doméstica, como as companhias varejistas, que mais tomam crédito para manter um crescimento acelerado. Com os aumentos de taxas de juros, o crédito passa a ficar mais caro e as empresas, mais endividadas.
Apesar do movimento negativo, a Genial Investimentos reiterou, em relatório divulgado na última quinta-feira (9), sua confiança no desempenho da empresa.
Analistas reiteraram recomendação de compra e estimam um novo preço-alvo de R$ 19,00 para os papéis PETZ3 ao fim de 2022 – o que implica em um potencial de valorização de 63,37% sobre o fechamento dos valores do pregão anterior.
Eles afirmam que o novo preço considera um cenário mais desafiador para a varejista e atrelam a queda nos últimos meses majoritariamente ao cenário macroeconômico do país.
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De acordo com o relatório da Genial Investimentos, a queda dos preços reflete a situação atual conturbada, dificultada especialmente para as empresas de varejo e tecnologia. Companhias dos setores têm seu valor atribuído ao crescimento futuro delas, e a alta das taxas de juros aumenta os descontos nos fluxos de caixa futuros projetados.
“Além disso, a inflação traz ainda mais incertezas aos investidores, que, de forma geral (principalmente estrangeiros) vivem um momento de aversão a risco, por conta de tantas incertezas ocorrendo no mundo hoje. Isso os leva a procurar investimentos menos dependentes de alto crescimento”, dizem.
Outro ponto que pode ter causado uma desvalorização da ação PETZ3 foi a venda de Sergio Zimerman (CEO da Petz) de R$ 192 milhões de ações da companhia, ressaltou a Genial.
Normalmente, quando o fundador de uma companhia vende suas ações, indica-se que a pessoa que teoricamente mais conhece do negócio acredita que o papel já chegou ao seu preço justo.
“Contudo, Zimerman deu justificativas coerentes a respeito da venda e, além disso, essa foi apenas uma pequena parcela das ações que o executivo possui – ele ainda tem 122 milhões de ações da Petz, equivalente a cerca de R$ 1,4 bilhão”, destaca o relatório.
A Genial trouxe alguns pontos que esclarecem sua tese pró-compra das ações de Petz. Veja:
- – Abertura de lojas segue em linha com a projeção da companhia, que abriu 10 novas lojas no 1T22 (vs. 5 aberturas no 1T21) e divulgou no seu guidance que vai abrir um total de 50 novas até o final do ano;
- – O setor de pet care no Brasil ainda muito fragmentado – a Petz e a Cobasi (que são as líderes do setor) juntas possuem apenas 14% do market share total do setor, e a Petz desponta como líder com 7,5%.
- – Estratégia de crescimento via M&A (aquisições): a Petz realizou três aquisições relevantes desde o seu IPO, sendo a principal delas a da Zee.Dog.
- – Serviço diferenciado: com uma estratégia omnichannel que integra vendas físicas com vendas online, e que ganha cada vez mais participação das vendas digitais totais da companhia.
- – Alavancagem reduzida (agora em -1,3x dívida líquida/EBITDA) significa que a companhia tem mais caixa do que dívida e portanto está capitalizada e com espaço para investir em novos negócios/investir internamente.
Ipê Investimentos
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