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Selic deve ir a 11,25% a.a. na próxima semana: como posso me anteceder ao ajuste?

Se dados de inflação continuarem a apontar um processo desinflacionário consistente, podemos ver o mercado surpreendido positivamente com novas expectativas de queda, declara Marília Fontes, sócia-fundadora e analista da Nord Research

- Nataliya Vaitkevich/Pexels
- Nataliya Vaitkevich/Pexels

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) deve reduzir a taxa básica de juros Selic a 11,25% na próxima semana, após dois dias de reuniões nos dias 30 e 31 de janeiro. Espera-se que o colegiado promova mais um corte de 0,50 p.p., diz a Nord Research, em relatório assinado por Marília Fontes, sócia-fundadora e analista de Renda Fixa.

De acordo com o que a executiva destaca no material, o mercado financeiro espera que os juros básicos cheguem a 9,50% ao final deste ano. Para isso, em algum momento do segundo semestre, o Banco Central teria que reduzir o passo de 0,50 p.p. de queda para 0,25 p.p.. 

Para se ter uma ideia, caso o Copom mantenha o passo em 0,50 p.p. até o final do ano, teríamos uma Selic final de 7,75%, uma vez que serão realizadas oito reuniões ao longo do ano.

Economistas consultados pelo Banco Central (BC) para a formulação do semanal Boletim Focus esperam que os juros caiam até 9,00%; portanto, também teria que haver uma desaceleração do passo em algum momento do ano.

Para a próxima semana, Fontes recomenda que procuremos no comunicado da autoridade monetária indícios sobre os próximos passos do colegiado. 

No último encontro do Comitê, o BC escreveu que, se confirmado o cenário esperado, “os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”.

Fontes diz ser importante notar que “nas próximas” estava no plural, o que indica, pelo menos, nas próximas duas reuniões. 

A executiva aponta que, se o BC mantiver a linguagem acima, teremos o indício de que ele pretende seguir a queda de 0,50 p.p., pelo menos, nas reuniões de março e maio, o que levaria a Selic para 10,75% e depois 10,25%. E, a partir da reunião de junho, “o bicho vai pegar!”.

 

E o cenário para investimentos?

Fontes afirma que se os dados de inflação continuarem a apontar um processo desinflacionário consistente, podemos ver o mercado surpreendido positivamente com novas expectativas de queda da Selic para patamares mais baixos. 

“Isso pode impulsionar não apenas os títulos prefixados (ou IPCA+), como também daria maior força para ativos de risco como Bolsa e FIIs“, analisa. 

A analista relembra que retornos mais baixos para a renda fixa fazem com que o investidor se sinta mais tentado a tomar risco, o que faz com que o perfil de sua carteira mude em busca de um retorno maior. “Essa rotação em grande escala provoca valorização nos preços”, diz. 

Ela alerta que o investidor que mais demorar para perceber que a renda fixa não vai mais dar grandes retornos vai entrar em ações ou FIIs “atrasado”, a preços bem mais altos e com margem de segurança menor. 

“Eu sempre gosto de reforçar que o dinheiro grande está na mesa apenas para quem tem paciência de entrar antes e esperar depois pela manada. O gatilho para uma nova rodada de melhora pode vir exatamente da surpresa do mercado em relação à possibilidade de novas quedas de juros”, completou. 

 

Agenda de próximas reuniões do COPOM:

  • 30 e 31 de janeiro 
  • 19 e 20 de março
  • 7 e 8 de maio
  • 18 e 19 de junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

 

Por que as reuniões são tão importantes?

No primeiro dia, diretores recebem amplas informações a respeito do cenário econômico para que, embasados, possam tomar a melhor decisão.

No segundo dia, se dão as discussões e, por fim, a votação. Após a votação, por volta das 18:30, o Comitê divulga a nova taxa junto a um breve comunicado que explica a decisão. 

 

 

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