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Super Quarta: o que investidores aguardam para o primeiro grande evento financeiro do ano?

O mercado já está precificado quanto ao cenário e o início do corte de juros pelo Federal Reserve deve iniciar somente em maio, diz Volney Eyng, CEO da Multiplike

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Nesta quarta-feira (31), acontece um dos eventos econômicos que mais mexe com o mercado financeiro mundial.

A Super Quarta, assim chamada porque coincide com a decisão de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) e demais bancos centrais mundo afora, como o brasileiro.

Tanto o Fed quanto o nosso BC deverão anunciar medidas delicadas para suas economias. O primeiro tem a atenção do mercado, que aguarda o início do ciclo de corte de juros, mas que não deve ser já. O segundo reduz seu juro e a projeção aponta para mais um corte. 

“Dos 50 analistas consultados acerca de projeções de movimentos do Fed na Super Quarta, há unanimidade em que a autoridade monetária dos EUA mantém a taxa de juros inalterada. No Brasil, o consenso de mercado projeta uma redução da Selic de 11,75% para 11,25%”, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

“O mercado já está precificado quanto a este cenário e o início do corte de juros pelo Fed deve iniciar somente em maio, ante a previsão anterior, que apontava para março”, diz.

Ou seja, os bancos de investimentos e corretoras atualizaram o preço dos ativos mediante as perspectivas para juros e inflação

Eyng aponta que outro indicador tão importante quanto as reuniões do Comitê de Política Monetário (Copom) do Banco Central e Fed são suas atas.

“Este documento traz esclarecimentos importantes sobre a visão dos referidos bancos para movimentos futuros”, diz.

Para Eyng, a economia norte-americana vai ter um pouso suave, que se traduz por reduzir a inflação com o menor custo possível sobre a atividade econômica e o emprego.

“Ainda assim, os conflitos militares que ocorrem pelo mundo podem impactar os EUA. Os investidores devem monitorar esses eventos”, ressalta.

Como fica entre os emergentes? 

Eyng explica que, do lado dos investimentos, o Brasil desponta como o único país emergente cujos títulos ainda estão atrativos.

“Isso pode atrair capital estrangeiro. A China, por sua vez, tenta emplacar reforço financeiro em seu mercado, mas os investidores internacionais estão temerosos em relação ao país asiático, cujos indicadores econômicos apontam para um crescimento menor”, frisa.

Segundo o economista, os títulos de governo por lá estão em valores mínimos, o que pode parecer uma oportunidade, mas existe o risco de o país não performar e assim o investidor perderia dinheiro.

Projeções

  • – O consenso de mercado projeta um corte na Selic,a taxa básica de juros da economia brasileira, em 0,50 p.p.
  • – O Federal Reserve (Fed) deve manter as taxas entre 5,25% e 5,50% ao ano, com a expectativa do mercado de que os juros nos EUA permaneçam elevados por mais tempo do que inicialmente previsto, e comecem a diminuir apenas em maio.
  • – Em relação à inflação brasileira, o Boletim Focus mostra um arrefecimento e afirma ser possível que o país encerre 2024 próximo dos 3%. 
  • – Na projeção para a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o BC reduz ligeiramente a projeção de 2024 na ata (de 3,5% para 3,4%), devido à menor expectativa para a inflação de bens administrados. A projeção para o IPCA de 2025 deve permanecer em 3,2%. 

As informações são de Gueratto Press.

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