Mulheres e finanças

"Taxa Rosa" encarece produtos femininos e prejudica o dia a dia das mulheres; saiba como driblá-la

Taxa rosa, ou pink tax, é a prática do mercado de cobrar mais caro por produtos e serviços femininos. Além de reforçar o estereótipo consumista, a taxa rosa prejudica as finanças das mulheres

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Você já ouviu falar em taxa rosa? Se você é mulher, pode até nunca ter escutado o termo, mas já sentiu no bolso os efeitos dele.

A taxa rosa, do inglês: pink tax, é um valor maior aplicado em produtos destinados exclusivamente a mulheres e meninas. Na maioria das vezes, eles são iguais aos produtos masculinos, mudando apenas a embalagem ou a cor. 

Uma pesquisa da ESPM mostrou que os produtos rosas ou com personagens femininos são, em média, 12,3% mais caros do que os regulares. Porém, no caso de alguns itens, a diferença é bem maior. Confira alguns exemplos mostrados na pesquisa:

Estereótipos e dificuldades

A taxa rosa acaba reforçando aquele estereótipo de que mulher é consumista e tem impacto negativo na relação que elas mantêm com as finanças. Isso porque, apesar de pagarem mais pelos produtos, elas ganham, em média, 20,5% menos do que os homens, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“As mulheres sofrem com o estigma de que são consumistas e as grandes empresas reforçam essa ideia diariamente, desde o berço até a nossa velhice”, avalia Naiane Souza, educadora financeira e minimalista, que incentiva o consumo consciente com base no que realmente é necessário para o cotidiano.

Mãe de um casal, Naiane consegue comparar diariamente a diferença de preços que a taxa rosa impõe.

“As roupas para minha filha são bem mais caras do que para meu filho, mesmo quando se trata de peças iguais: calças e camisetas.  Ao entrar em uma loja de brinquedos, já vi patinetes ‘para meninas’ custarem 30% mais caro do que a versão ‘para meninos’", relata.

Segundo Naiane, ao longo da vida, as mulheres gastam muito mais em produtos com taxa de gênero do que os homens e isso reduz o poder de compra, tornando mais difícil a equiparação financeira.

“Hoje, com a internet, ficou mais fácil pesquisarmos sobre os produtos e seus similares e ver que, há sim, uma diferenciação de preços do mesmo produto para homens e mulheres. Cabe a nós, consumidoras, questionarmos as empresas do porquê disso e até mesmo deixar de comprar para que elas sintam no bolso, como nós”.

Como minimalista e educadora financeira, Naiane dá algumas dicas para que as mulheres fujam da taxa rosa. Veja:

–  Procure por roupas em outlets, eles costumam colocar preços padronizados e só separam os setores em moda feminina e masculina

– Quando for comprar qualquer produto e encontrar especificações de gênero, leia sobre ele para ver do que se trata. Não encontrando diferença, opte pelo que possui o melhor custo-benefício.

– Quebre os padrões com as meninas e jovens, mostrando que não há necessidade de comprarmos algo só porque "é de menina". Bom gosto e dinheiro no bolso não têm gênero.
 

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