Educação Financeira

O que são debêntures? Entenda de um jeito simples e rápido

Esses ativos são títulos de dívida emitidos por empresas que buscam captar recursos no mercado, oferecendo rendimentos através de juros

O que são debênutres
Conheça os diferentes tipos de debêntures disponíveis no mercado e entenda como esse investimento pode ser uma opção para diversificar sua carteira | Freepik

Você provavelmente já se deparou com esse termo, mas você sabe o que são debêntures? É comum ver investidores mais experientes terem esse ativo na sua carteira e recomendarem ele, mas muitos que estão começando agora no mercado financeiro podem ter dúvidas sobre o funcionamento deles.

As debêntures, em resumo, são títulos que as empresas emitem quando precisam de capital. Você empresta seu dinheiro e, em troca, ela se compromete a devolver esse valor com juros depois do prazo estabelecido.

Para a empresa, é uma forma de conseguir recursos para expandir, financiar projetos ou até mesmo para pagar dívidas. Para quem investe, é uma oportunidade de conseguir rendimentos melhores do que em algumas aplicações mais comuns do mercado.

Como as debêntures funcionam?

O processo começa quando uma empresa identifica a necessidade de captar recursos para seus projetos. Ela então precisa passar por um processo de aprovação junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e definir as características da emissão, como valor total, prazo e taxa de juros.

A empresa trabalha com instituições financeiras para estruturar e distribuir os títulos no mercado. A equipe elabora documentos importantes como a escritura de emissão, que contém todas as regras e condições das debêntures.

Os investidores interessados podem adquirir as debêntures durante o período de oferta inicial ou posteriormente no mercado secundário, através de uma corretora de valores. O processo de compra é similar ao de outros títulos de renda fixa, sendo necessário ter uma conta em corretora e recursos disponíveis.

Após a emissão, a empresa fica obrigada a realizar os pagamentos conforme estabelecido na escritura, seja de juros periódicos ou do valor principal no vencimento. O investidor, por sua vez, torna-se um credor da empresa e passa a ter direito a esses pagamentos, podendo também negociar seus títulos no mercado secundário se desejar.

No geral, para os investidores, elas representam uma oportunidade de diversificação e potencial de retornos superiores aos de algumas aplicações de renda fixa mais conservadoras. Para o negócio, é uma forma mais flexível e geralmente mais barata de captação de recursos quando comparada a empréstimos bancários tradicionais.

Tipos de debêntures

Durante o processo de elaboração, a empresa que emitirá os títulos decide como eles serão. Dentre as opções, as mais conhecidas e utilizadas são:

  • Debêntures simples: o tipo mais básico – você empresta dinheiro e recebe juros regularmente, mais o valor total no final.
  • Debêntures conversíveis: além de receber juros, você pode trocar seu título por ões da própria empresa se quiser.
  • Debêntures permutáveis: parecido com as conversíveis, mas você pode trocar por ações de outra empresa.
  • Debêntures incentivadas: focadas em projetos de infraestrutura e com isenção de Imposto de Renda para pessoa física.
  • Debêntures subordinadas: são as últimas a serem pagas se a empresa tiver problemas – maior risco, porém maior retorno.
  • Debêntures com participação nos lucros: além dos juros, você ganha uma fatia dos lucros da empresa.

Características das debêntures

Em termos de rentabilidade, as debêntures frequentemente oferecem rendimentos superiores a outras aplicações de renda fixa tradicionais. Isso acontece porque, ao emprestar dinheiro diretamente para as empresas, o investidor assume um risco maior e, consequentemente, recebe taxas mais atrativas como compensação.

A flexibilidade nas formas de remuneração permite que o investidor escolha títulos que melhor se adequem aos seus objetivos financeiros.

Quanto à segurança, é importante considerar que as debêntures não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O principal risco é o de crédito, ou seja, a possibilidade de a empresa emissora não honrar seus compromissos.

Por isso, é fundamental avaliar cuidadosamente a saúde financeira e a reputação da empresa emissora antes de investir.

A liquidez das debêntures é um aspecto que merece atenção especial. Embora o mercado secundário tenha se desenvolvido nos últimos anos, ainda pode ser desafiador vender esses títulos antes do vencimento sem incorrer em perdas.

No que diz respeito à tributação, as debêntures comuns são tributadas conforme a tabela regressiva do Imposto de Renda, que varia de 22,5% a 15%, dependendo do prazo do investimento. Já as debêntures incentivadas oferecem isenção de IR para pessoas físicas.

Quanto a acessibilidade, é possível investir em debêntures a partir de valores relativamente baixos, geralmente de R$ 1.000,  por meio de corretoras de valores.

Afinal, vale a pena investir em debêntures?

Investir em debêntures pode ser uma boa opção para diversificar a carteira e buscar rendimentos superiores aos de investimentos mais tradicionais. Os pontos positivos incluem a possibilidade de retornos mais atrativos, diferentes tipos de remuneração, juntamente com o direito do investidor de participar diretamente do financiamento de projetos empresariais, com valores iniciais relativamente acessíveis.

Por outro lado, é importante considerar os riscos envolvidos. A falta de garantia do FGC, o risco de crédito e a menor liquidez no mercado secundário são aspectos que precisam ser cuidadosamente avaliados. Também é fundamental ter um bom conhecimento do mercado financeiro para analisar a qualidade do emissor e as características específicas de cada título.

Considerando esses fatores, as debêntures são mais indicadas para investidores com perfil moderado a arrojado, que já tenham uma base sólida de investimentos mais conservadores e busquem diversificação com maior potencial de retorno. É recomendado que esses títulos componham apenas uma parte da carteira, adequada ao perfil de risco do investidor, e que o prazo do investimento esteja alinhado com os objetivos financeiros pessoais.

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