Após a recente aquisição do terreno no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro (RJ), o Flamengo se prepara para buscar alternativas de financiamento no mercado de capitais.
A principal estratégia envolve a estruturação de pelo menos dois instrumentos financeiros, com o objetivo de cobrir os custos da compra do espaço e captar recursos para a construção do futuro estádio.
Em outubro de 2024, o Flamengo formalizou a compra do terreno do gasômetro, situado na região do Porto Maravilha, um importante bairro portuário carioca.
A área, anteriormente de propriedade da Caixa Econômica Federal (CEF), foi adquirida pelo clube rubro-negro em um leilão, pelo valor de R$ 138,190 milhões, pagos integralmente à vista.
Estratégia de financiamento: Flamengo pretende realizar a venda de cadeiras cativas
Para reduzir o impacto financeiro da compra do terreno, estimado em R$ 147.000.000,00, o Flamengo planeja a criação de um fundo de financiamento baseado na venda de cadeiras cativas do futuro estádio.
O presidente do clube, Rodolfo Landim, revelou com exclusividade ao site InfoMoney que a venda de mil cadeiras vai ser o primeiro passo, com a intenção de reverter o montante gasto na aquisição do terreno para o caixa do clube.
O processo de venda das cadeiras cativas começa em janeiro de 2025, o que inclui etapas formais, como a aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a definição de indicações de interesse por parte dos torcedores.
Potencial construtivo da Gávea
Recentemente, o Flamengo e a Prefeitura do Rio de Janeiro firmaram um termo de compromisso que visa viabilizar a construção do estádio.
Como parte deste acordo, o clube vai ter a possibilidade de vender o potencial construtivo do terreno da Gávea, sua sede atual.
Esse conceito se refere à autorização para construir além do limite estabelecido pela legislação urbana, o que pode ser negociado com empresas interessadas em desenvolver novos empreendimentos na área.
Embora o clube ainda não tenha iniciado conversas com possíveis compradores, espera-se que as negociações com interessados no potencial construtivo comecem em 2025, após o encaminhamento do projeto de lei à Câmara Municipal.
Estima-se que a venda desse direito possa gerar até R$ 500 milhões, montante fundamental para financiar a construção do novo estádio, que tem um orçamento de aproximadamente R$ 2 bilhões.
Naming rights e Títulos Incentivados, outras alternativas de financiamento
Além das opções relacionadas à venda de cadeiras cativas e ao potencial construtivo, o Flamengo estuda outras alternativas de financiamento para o projeto.
O clube planeja a estruturação de um título de dívida incentivado, os naming rights de longo prazo do novo estádio como garantia, com a ideia de reduzir os juros sobre o financiamento por meio dessa modalidade.
Em entrevista, Rodolfo Landim mencionou que a negociação com empresas para a venda dos naming rights ainda não foi iniciada, mas que já há um plano em andamento para usar esse recurso no financiamento da obra.
Ele destacou que o projeto prevê que os recursos necessários para a construção sejam levantados com essa estratégia.
Como os times de futebol estreitam laços com o mercado de capitais
O Flamengo não está sozinho nesse movimento.
Em 2024, outros clubes brasileiros começaram a explorar o mercado de capitais para financiar suas operações.
O São Paulo, por exemplo, anunciou a estruturação de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) para reestruturar sua dívida bancária.
Já o Atlético Mineiro realizou a primeira emissão de debêntures-fut do Brasil, após a aprovação da Lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).
No caso do Flamengo, espera-se que o novo estádio seja um ativo de grande valor para o clube, com projeções de que a arena contribua com R$ 768 milhões ao patrimônio rubro-negro até 2027.
Esse valor representaria quase metade do patrimônio do clube projetado para o final do período.
As informações são do site InfoMoney.