Gol de placa?

Flamengo planeja vender naming rights e cadeiras cativas para construir estádio

O presidente do clube, Rodolfo Landim, revelou com exclusividade ao site InfoMoney que a venda de mil cadeiras vai ser o primeiro passo, com a intenção de reverter o montante gasto na aquisição do terreno para o caixa do clube

Cuiabá e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro
Com gols de Guilherme Gomes e Matheus Gonçalves nos minutos finais, Flamengo vira sobre o Cuiabá e mantém vivo o sonho do título brasileiro | Reprodução

Após a recente aquisição do terreno no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro (RJ), o Flamengo se prepara para buscar alternativas de financiamento no mercado de capitais.

A principal estratégia envolve a estruturação de pelo menos dois instrumentos financeiros, com o objetivo de cobrir os custos da compra do espaço e captar recursos para a construção do futuro estádio.

Em outubro de 2024, o Flamengo formalizou a compra do terreno do gasômetro, situado na região do Porto Maravilha, um importante bairro portuário carioca.

A área, anteriormente de propriedade da Caixa Econômica Federal (CEF), foi adquirida pelo clube rubro-negro em um leilão, pelo valor de R$ 138,190 milhões, pagos integralmente à vista.

Estratégia de financiamento: Flamengo pretende realizar a venda de cadeiras cativas

Para reduzir o impacto financeiro da compra do terreno, estimado em R$ 147.000.000,00, o Flamengo planeja a criação de um fundo de financiamento baseado na venda de cadeiras cativas do futuro estádio.

O presidente do clube, Rodolfo Landim, revelou com exclusividade ao site InfoMoney que a venda de mil cadeiras vai ser o primeiro passo, com a intenção de reverter o montante gasto na aquisição do terreno para o caixa do clube.

O processo de venda das cadeiras cativas começa em janeiro de 2025, o que inclui etapas formais, como a aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a definição de indicações de interesse por parte dos torcedores.

Potencial construtivo da Gávea

Recentemente, o Flamengo e a Prefeitura do Rio de Janeiro firmaram um termo de compromisso que visa viabilizar a construção do estádio.

Como parte deste acordo, o clube vai ter a possibilidade de vender o potencial construtivo do terreno da Gávea, sua sede atual.

Esse conceito se refere à autorização para construir além do limite estabelecido pela legislação urbana, o que pode ser negociado com empresas interessadas em desenvolver novos empreendimentos na área.

Embora o clube ainda não tenha iniciado conversas com possíveis compradores, espera-se que as negociações com interessados no potencial construtivo comecem em 2025, após o encaminhamento do projeto de lei à Câmara Municipal.

Estima-se que a venda desse direito possa gerar até R$ 500 milhões, montante fundamental para financiar a construção do novo estádio, que tem um orçamento de aproximadamente R$ 2 bilhões.

Naming rights e Títulos Incentivados, outras alternativas de financiamento

Além das opções relacionadas à venda de cadeiras cativas e ao potencial construtivo, o Flamengo estuda outras alternativas de financiamento para o projeto.

O clube planeja a estruturação de um título de dívida incentivado, os naming rights de longo prazo do novo estádio como garantia, com a ideia de reduzir os juros sobre o financiamento por meio dessa modalidade.

Em entrevista, Rodolfo Landim mencionou que a negociação com empresas para a venda dos naming rights ainda não foi iniciada, mas que já há um plano em andamento para usar esse recurso no financiamento da obra.

Ele destacou que o projeto prevê que os recursos necessários para a construção sejam levantados com essa estratégia.

Como os times de futebol estreitam laços com o mercado de capitais

O Flamengo não está sozinho nesse movimento.

Em 2024, outros clubes brasileiros começaram a explorar o mercado de capitais para financiar suas operações.

O São Paulo, por exemplo, anunciou a estruturação de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) para reestruturar sua dívida bancária.

Já o Atlético Mineiro realizou a primeira emissão de debêntures-fut do Brasil, após a aprovação da Lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).

No caso do Flamengo, espera-se que o novo estádio seja um ativo de grande valor para o clube, com projeções de que a arena contribua com R$ 768 milhões ao patrimônio rubro-negro até 2027.

Esse valor representaria quase metade do patrimônio do clube projetado para o final do período.

As informações são do site InfoMoney.

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