Vai depor na CPI

Paquetá tenta adiar depoimento na CPI de Apostas, mas pedido é negado

Paquetá é acusado de forçar levar cartões amarelos para favorecer apostas atuando pelo West Ham em jogos da Premier League em 2023.

 Lucas Paqueta do West Ham
Lucas Paqueta do West Ham | Foto/Justin Setterfield / Getty Images

A defesa do jogador Lucas Paquetá pediu para adiar o seu depoimento da CPI de Apostas relacionado às acusações de manipular jogo para favorecer apostadores. Mas a comissão negou seu requerimento e manteve sua participação para o dia 30 de outubro, próxima quarta-feira.

O brasileiro é acusado de forças cartões amarelos para beneficiar apostadores em quatro jogos:

  • Leicester City, em 12 de novembro de 2022;
  • Aston Villa, em 12 de março de 2023;
  • Leeds United, em 21 de maio de 2023;
  • Bournemouth, em 12 de agosto de 2023.

O que argumentou a defesa do jogador

A ideia da defesa de Lucas Paquetá era adiar o depoimento na CPI, que será feito de forma remota, para não prejudicá-lo diante da Football Association (FA). O intuito do jogador era que o depoimento fosse feito a partir de dezembro, depois de apresentar a defesa à federação inglesa.

“Contudo, como Vossa Excelência deve estar ciente, o Sr. Paquetá está respondendo a certas acusações de infrações às regras da Football Association (“FA”), entidade responsável pelo futebol inglês. Vale ressaltar que os procedimentos da FA ainda estão em andamento, e o Sr. Paquetá está elaborando sua defesa, a qual deverá ser apresentada em dezembro de 2024. Nessas condições, entendemos que sua participação em um depoimento perante a CPI na data agendada poderia comprometer o exercício pleno de seu direito de defesa, gerando o risco de decisões inconsistentes e especulações midiáticas desnecessárias”, argumentou a defesa de Paquetá.

O presidente da CPI, Jorge Kajuru, no entanto, rejeitou o pedido de adiamento. E manteve seu depoimento para a próxima quarta-feira.

Paquetá terá também uma audiência em março de 2025 perante a Federação de Futebol da Inglaterra (FA) para responder às alegações.

Tio e sobrinho na CPI

Tio de Lucas Paquetá, meia do West Ham e da Seleção Brasileira, Bruno Tolentino foi convocado para depor na CPI das Apostas Esportivas. Contudo, vem tentando “escapar” do compromisso oficial. Afinal, ele apresentou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para não ser obrigado a comparecer à comissão na próxima quarta-feira (30).

Tolentino foi convocado por conta de uma transferência de R$ 40 mil, por PIX, ao atacante Luiz Henrique, um dos principais nomes do Botafogo na atual temporada. O dinheiro foi encaminhado no início de 2023, quando o jogador ainda defendia o Betis, da Espanha. Na ocasião, o atual camisa 7 alvinegro havia levado cartões amarelos no Campeonato Espanhol.

Assim, Luiz Henrique chegou a ser investigado pela Federação Espanhola de Futebol. No entanto, o caso envolvendo o jogador foi arquivado.

Defesa do tio de Paquetá

Os advogados do tio de Paquetá argumentam no habeas corpus encaminhado ao STF que, apesar de ter sido chamado para depor como testemunha, a CPI, na prática, vai interrogá-lo como investigado. Dessa maneira, a defesa afirma que Bruno Tolentino teria o direito de ficar em silêncio respeitado.

Além disso, os advogados apontaram entendimento do STF de que são inconstitucionais conduções coercitivas de investigados a depor, incluindo em CPIs. Assim, não seria penalizado caso falte ao depoimento.

O Habeas Corpus ainda não foi repassado a nenhum ministro da Corte.

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