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Patrocínios na camisa de time: quanto ganham os clubes e quais os contratos mais valiosos?

Os contratos milionários que estampam as camisas dos clubes movimentam bilhões e refletem a força do futebol no mercado global.

Patrocínios: quanto ganham os clubes e quais os contratos mais valiosos?
Patrocínios: quanto ganham os clubes e quais os contratos mais valiosos? | Foto/Divulgação / Adidas

Os patrocínios em camisas são uma das principais fontes de receita dos clubes de futebol, garantindo investimentos em contratações, infraestrutura e categorias de base. Além disso, essas parcerias comerciais refletem a visibilidade e a força da marca de cada equipe. A princípio, os valores praticados no Brasil e no exterior mostram um abismo entre os mercados, mas os clubes brasileiros têm conseguido contratos cada vez mais expressivos.

Com o intuito de maximizar as receitas, os times negociam diferentes espaços no uniforme, incluindo patrocínio máster, secundário, nas mangas e até na parte inferior das costas. Como resultado, os maiores clubes do mundo faturam centenas de milhões de dólares apenas com essas exposições publicitárias.

Ainda assim, os valores dos patrocínios no futebol europeu estão bem acima dos praticados no Brasil. Enquanto clubes da Premier League, como Manchester United e Manchester City, superam os £150 milhões anuais em acordos comerciais, as principais equipes brasileiras ainda operam na faixa dos R$ 100 milhões por temporada.

Os patrocínios no futebol brasileiro

No Brasil, os valores dos patrocínios têm crescido nos últimos anos, a fim de acompanhar a evolução do mercado esportivo global. O Palmeiras lidera esse ranking, com um contrato de que pode chegar a R$ 170 milhões por ano com a Sportingbet, um dos mais lucrativos do país. O Flamengo, um dos clubes mais populares do Brasil, mantém uma parceria com a Pixbet, avaliada em R$ 105 milhões anuais.

Outros clubes também garantem bons contratos. O Corinthians, por exemplo, tem um patrocínio máster na casa dos R$ 100 milhões, assim como o São Paulo. De acordo com estimativas do mercado, os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro arrecadam aproximadamente R$ 650 milhões por ano apenas com patrocínios estampados em seus uniformes.

Além disso, algumas equipes exploram novas estratégias para aumentar suas receitas. O São Paulo, por exemplo, implementou a venda de patrocínios rotativos, permitindo que diferentes marcas sejam exibidas durante a temporada. O Atlético Mineiro, por sua vez, investe na diversificação dos patrocinadores, a fim de não depender de um único contrato.

Os maiores contratos do mundo

No cenário internacional, os contratos de patrocínio atingem cifras astronômicas. O Barcelona, por exemplo, assinou um contrato com a Nike que pode render até €1,7 bilhão até 2038, uma média de €120 milhões por ano. Esse é um dos acordos mais lucrativos da história do futebol.

Na Premier League, o Manchester United lidera o ranking com um total de £170 milhões em patrocínios para a temporada 2024-25. Desse montante, £90 milhões vêm da Adidas, £60 milhões da Snapdragon (patrocinador máster) e £20 milhões da DXC (patrocinador de manga). O Manchester City segue de perto, faturando £150 milhões por ano.

O Liverpool e o Arsenal também possuem contratos milionários, arrecadando £137 milhões e £125 milhões, respectivamente. Esses valores colocam a Premier League como a liga mais valiosa do mundo em termos de patrocínio esportivo.

Além dos clubes, as seleções nacionais também garantem contratos valiosos. A Seleção Brasileira, por exemplo, renovou seu contrato com a Nike até 2038, garantindo US$ 100 milhões anuais, além de royalties sobre as vendas de camisas. Essa cláusula representa um avanço em relação aos contratos anteriores, pois permite que a CBF participe diretamente dos lucros gerados pela venda dos uniformes oficiais.

A evolução do mercado de patrocínios

O mercado de patrocínios em camisas de futebol está em constante evolução. Assim que os clubes perceberam o potencial de suas marcas, passaram a negociar contratos cada vez mais vantajosos. Além disso, o crescimento do streaming e das redes sociais aumentou a visibilidade global dos times, tornando suas camisas ainda mais atraentes para patrocinadores.

Apesar disso, a concorrência entre marcas também impõe desafios. Muitas empresas analisam o retorno sobre investimento antes de assinar novos contratos, avaliando o engajamento dos torcedores e a exposição da marca nos jogos e redes sociais.

Assim sendo, os clubes precisam inovar em suas estratégias comerciais, explorando novas formas de monetização. A criação de experiências exclusivas para fãs, o licenciamento de produtos e a expansão da marca para mercados internacionais são algumas das tendências observadas atualmente.

Patrocínio das bets

Nos últimos anos, as casas de apostas esportivas se tornaram protagonistas no mercado de patrocínios no futebol. A princípio, esses acordos eram tímidos, mas o cenário mudou drasticamente após a legalização das apostas esportivas no Brasil, em 2018. De acordo com estimativas, os investimentos das “bets” nos clubes brasileiros ultrapassam a marca de R$ 630 milhões anuais, tornando esse segmento o maior patrocinador do futebol nacional.

Atualmente, 19 dos 20 clubes da Série A possuem patrocínio de alguma casa de apostas, seja como patrocinador máster ou em espaços secundários do uniforme. Assim sendo, as “bets” assumiram um papel fundamental no financiamento dos clubes, competindo diretamente com empresas tradicionais, como bancos e marcas esportivas.

Além disso, as casas de apostas também expandiram sua atuação para outros ativos do futebol, patrocinando campeonatos e transmissões esportivas. A Betano, por exemplo, é a patrocinadora oficial do Campeonato Brasileiro, enquanto a Sportingbet e a Betfair firmaram contratos com emissoras de televisão para exposição de suas marcas durante as partidas.

De fato, o patrocínio das “bets” representa um divisor de águas no futebol brasileiro. Ainda que algumas dúvidas persistam sobre os efeitos a longo prazo, a influência dessas empresas no esporte é inegável. Como resultado, os clubes se tornaram cada vez mais dependentes desse segmento para manter suas finanças equilibradas e continuar competitivos dentro e fora de campo.

Os patrocínios estampados nas camisas dos clubes representam um dos pilares financeiros do futebol moderno. Enquanto no Brasil os valores são expressivos e essenciais para a sobrevivência dos clubes, no cenário internacional as cifras atingem patamares ainda mais elevados.

De tal forma que, para manterem sua competitividade, os times brasileiros precisam continuar expandindo suas receitas, garantindo contratos sólidos e diversificados. Com o crescimento do mercado e a valorização do futebol nacional, a tendência é que os patrocínios se tornem cada vez mais rentáveis, aproximando o Brasil dos maiores mercados esportivos do mundo.

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