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Ibovespa cai com coronavírus de volta no radar; dólar fecha em queda após swaps do BC

13 fevereiro 2020 - 18h28Por Redação SpaceMoney
O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, fechou nesta quinta-feira (13) com queda de 0,87%, aos 115.662,40 pontos. Já o dólar comercial encerrou o dia com desvalorização de 0,34% ante o Real, cotado a R$ 4,336. No entanto, a moeda norte-americana bateu novo recorde ao atingir 4,38 reais ao longo do dia. Em resposta, o Banco Central fez um leilão de contratos de câmbio para tentar conter o avanço. O temor de uma epidemia do coronavírus, agora chamado Covid-19, voltou a afetar os mercados, depois que a China mudou os critérios de diagnósticos e registrou mais de 200 mortes apenas entre ontem e hoje. Já no cenário interno, os fracos números do varejo divulgados ontem (12) também contribuem para a queda. Veja os principais fatores que influenciaram o mercado financeiro na sessão de hoje:

Mercados internacionais

Os índices da Ásia fecharam em baixa. As principais bolsas europeias também finalizaram a sessão em recuo. O Dow Jones fechou em queda de 0,43%, aos 29.423,31 pontos, enquanto a Nasdaq tinha baixa de 0,14%, aos 9.711,97 pontos. O salto exponencial de casos registrados de coronavírus (Covid-19) na China voltaram a derrubar os mercados pelo mundo com o aumento significativo de novos casos.

Crise do coronavírus

O número de casos confirmados e mortes pela nova cepa (variedade) de coronavírus só aumenta. Até a última atualização,1.367 pessoas morreram e mais de 59 mil já foram contaminadas, com a maioria dos casos ocorrendo na China. Na madrugada desta quinta-feira (13), o governo chinês anunciou que 15 mil novos casos de contaminação foram registrados e 200 novas mortes ocorreram. Segundo o governo chinês, esse aumento foi notado porque mudou a metodologia de diagnose em Hubei e não por uma escalada no surto.

Relação dívida/PIB

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (12) que a dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) voltará a cair em 2020. Ele ainda disse que, com os juros mais baixos, a economia com o pagamento de juros da dívida pública será de 120 bilhões de reais este ano. “Dívida já caiu ano passado, logo no primeiro ano (de governo) quebramos essa dinâmica. Ideia que Brasil estava se endividando em bola de neve trincou. Vamos fazer cair de novo este ano”, afirmou ele, em evento em Brasília.

Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse, na noite desta quarta-feira (12), em entrevista à GloboNews, que a recuperação econômica é gradual e que, dependendo do tamanho do impacto na economia chinesa, a epidemia de Coronavírus pode afetar o crescimento brasileiro, mas que ainda é cedo para prever qual será o impacto do surto sobre a inflação.

Setor de serviços

O volume de serviços aumentou 1% em 2019, interrompendo uma sequência de quatro anos sem resultados positivos: 2015 (-3,6%), 2016 (-5,0%), 2017 (-2,8%) e 2018 (0%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (13) pelo IBGE. Já na passagem de novembro para dezembro, o volume de serviços variou -0,4%, a segunda queda consecutiva do setor.

Destaques

Quem resistiu à queda da bolsa na sessão de hoje foram as ações da Suzano (SUZB3.SA), que fecharam em alta de mais de 3,25% após reportar bons resultados no quarto trimestre, e os papéis da Mafrig (MRFG3.SA), com a perspectiva de exportações para a China aumentarem, tendo em vista que os rebanhos chineses passam por um surto de gripe aviária.