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Ambev (ABEV3): Como o fim das deduções do JCP pode afetar balanço da empresa?

Segundo o BTG, as isenções fiscais em geral representaram 52% do lucro da Ambev em 2022

Ambev - Ambev/Divulgação
Ambev - Ambev/Divulgação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez alguns comentários recentemente sobre empresas que utilizam planejamento tributário para reduzir o imposto de renda, citando o juros sobre capital próprio (JCP). 

Haddad falou sobre empresas com R$ 14 bilhões em disputas de imposto de renda associadas à dedução do imposto de renda de distribuições de JCP.

O BTG Pactual afirmou que, apesar do ministro não ter citado nenhuma empresa específica, a mensagem clara é de que o governo busca acabar com diversos benefícios fiscais permitidos atualmente pela legislação brasileira.

Além disso, eles indicam o quanto benefícios fiscais ganham cada vez mais relevância nos resultados da Ambev (ABEV3), principalmente com as deduções do JCP. 

Desde 2014, a companhia de cervejas economizou em média R$ 2,2 bilhões ao ano em impostos de renda devido à maior distribuição de JCP, segundo o BTG. 

O valor representa uma média de R$ 486 milhões ao ano nos últimos cinco anos e foi possibilitado pela unificação das classes de ações e o correspondente aumento da base de capital da Ambev (que é usada para calcular a distribuição máxima de JCP).

Ainda de acordo com os estudos do BTG, as isenções fiscais em geral representaram 52% do lucro da Ambev em 2022.

Acabar com esses benefícios ainda exigem todo um processo, mas os analistas acreditam que esta ideia é praticamente um consenso entre os formuladores da política brasileira. 

A análise é de que a Ambev teria diferentes formas de mitigar esse efeito caso o benefício do JCP não existisse mais. Alavancar o balanço seria o mais claro.

O BTG Pactual permanece com recomendação neutra para os papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 16,00. Nesta quarta-feira (26), as ações da Ambev recuavam 0,28%, a R$ 14,25, por volta das 10:40. 

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