Em relatório publicado na última sexta-feira (24), o BTG Pactual (BPAC11) avaliou as ações de Ambev (ABEV3) e se disse cético em relação aos papéis em razão de três fatores:
- – i) o alto ROIC da Ambev, ameaçado por mudanças nos canais de distribuição e menor capacidade de sustentar o poder de precificação à medida que as principais marcas perderam relevância;
- – ii) qualidade duvidosa dos resultados devido à contribuição crescente dos incentivos fiscais e da Argentina; e
- – iii) os múltiplos globais em queda, o que forçou os próprios múltiplos da Ambev a cair em algum momento.
Entretanto, analistas destacaram que uma melhora na relação entre risco e retorno e reiteraram a recomendação neutra dos papéis, com preço-alvo de R$ 16,00.
Pelas estimativas de Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Bruno Lima, a Ambev recuperou a maior parte, senão toda a participação de mercado que havia perdido entre 2015-2019.
Eles avaliam que a Ambev conseguiu reposicionar as marcas principais para “lutar” no segmento de produtos mais baratos, ao adicionar novas marcas nos segmentos core plus e low premium.
Com base na margem atual, preferência de marca e estimativa de participação justa de mercado, acreditam que tudo só vai fazer sentido econômico se a Ambev começar a entregar melhores preços – fundamental para permitir haja surpresas positivas de resultados e uma recuperação do ROIC, que permanece próximo dos mínimos históricos, e seriam os principais impulsionadores da ação à frente.