Bilionária em recuperação judicial

Após renúncia coletiva, AgroGalaxy (AGXY3) busca recompor conselho de administração

Empresa recebeu diversos pedidos de renúncia, após uma crise financeira se instaurar na companhia. Novos membros devem ser nomeados em até 90 dias.

Agrogalaxy
Foto: reprodução

A AgroGalaxy (AGXY3) comunicou nesta sexta-feira (11) que, após o pedido coletivo de renúncia de membros independentes do conselho de administração e do comitê de auditoria estatutário, está em processo de recomposição desses órgãos.

Para isso, a companhia realiza a seleção de novos membros e espera concluir as eleições em até 90 dias. Enquanto isso, os conselhos seguem operando com os membros remanescentes.

Essa renúncia em massa na empresa surgiu após uma crise financeira se instaurar. A AgroGalaxy que faturou R$ 9 bilhões no ano passado, pediu recuperação judicial após deixar de pagar Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

Com uma dívida estimada em R$ 2 bilhões, o processo foi iniciado na 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, em segredo de Justiça.

A princípio, o pedido busca evitar vencimentos antecipados e proteger a companhia da pressão de outros credores.

Esse movimento ocorre em meio a um cenário desafiador para o agronegócio, com preços baixos dos grãos e condições climáticas adversas, o que tem atrasado a compra de insumos pelos produtores. A situação levou à renúncia do presidente Axel Labourt e de seis membros do conselho, incluindo Welles Pascoal.

Assim, Eron Martins, que era diretor financeiro e de relações com investidores, assumiu a presidência da AgroGalaxy.

Com mais de 28 anos de experiência no setor de insumos, Martins declarou que a recuperação judicial foi uma medida necessária para proteger o futuro da empresa.

O calote

A companhia deu um calote no pagamento de uma parcela de CRAs emitidos junto à Vert Securitizadora.

Dessa forma, a securitizadora declarou o vencimento antecipado automático de todas as obrigações decorrentes da emissão.

A princípio, esses CRAs foram emitidos em 2022, no valor de R$ 500 milhões, com vencimento em 2027. Os títulos são lastreados em debêntures não conversíveis, que têm como garantia fianças da empresa.

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