No terceiro trimestre a Azul (AZUL4) concluiu seu plano de reestruturação de dívida e revisou o guidance para 2023 e 2024, que na visão da XP Investimentos, implica em números mais fracos no curto prazo, mas ligeiramente com perspectivas melhores no médio prazo.
As principais medidas do plano foram:
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Nova dívida, com a emissão de um bond de US$ 800 milhões em 2028;
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Renegociação com arrendadores e OEMs;
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Redução do arrendamento e diferimento de pagamentos em troca de nova dívida de US$ 370 milhões com vencimento em 2030;
US$ 570 milhões de ações preferenciais da Azul avaliadas em R$ 36 por ação, entre outras condições (O componente patrimonial do acordo será adquirido em parcelas trimestrais a partir do terceiro trimestre de 2024 e será concluído no quarto tri de 2027).
Para a XP, isto leva a uma menor pressão da dívida de curto prazo e contribui para uma redução do risco do caso de investimento da companhia.
Na análise da casa, a Azul reportou resultados operacionais positivos no terceiro trimestre deste ano, com EBITDA reportado de R$ 1,6 bilhão, alta anual de 68% em uma combinação de demanda recuperada com aumento de 12% em RPKs, em meio a um ambiente de rendimento estável.
Além disso, a análise observou um ambiente de custos positivo, com CASK em queda de 11% no ano, principalmente devido à redução dos preços dos combustíveis, que foram de baixa anual de 33%.
Apesar disso, a XP esperava ainda níveis elevados de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) para 2023, após revisão do guidance mostrando alguma deterioração de 3,5x para 3,7x, e ligeira redução do EBITDA esperado para 2023, após alguns atrasos de aeronaves entregas devido a gargalos na cadeia de suprimentos.
Para as ações AZUL4, a XP Investimentos faz recomendação neutra.