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Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) podem quebrar? Entenda últimos passos das companhias aéreas!

Genial Investimentos têm recomendações distintas para os papéis

O setor aéreo ainda vive um momento delicado. Apesar da recuperação da demanda, dólar e combustível em patamares elevados devem continuar a exercer pressão sobre os resultados das empresas, e, principalmente, dificultar seus pagamentos de leasings.

A Genial Investimentos calcula, com base no release divulgado pela Azul (AZUL4) sobre os resultados de seu terceiro trimestre, que a companhia possui cerca de dois anos de liquidez para seus arrendamentos e bonds emitidos.

Para 2023, a companhia possui pouco mais de R$ 1 bilhão para ser amortizado – com esse montante dividido em: R$ 347,0, R$ 247,0, R$ 278,0 e R$ 142,0 milhões entre o 1º e 4º trimestre.

Já a Gol possui obrigações que somam cerca de R$ 750 milhões no ano corrente e metade desse valor (aproximadamente R$ 374 milhões) vai ser pago em cada semestre do ano.

Durante o mês de fevereiro, Azul e Gol já anunciaram renegociações de dívidas, o que resultou na diminuição de seus ratings por agências como S&P e Fitch, que classificaram as perspectivas das companhias como “negativas”. 

Veja as considerações dos analistas Bernardo Noel e Ygor Araújo para os papéis.

O que esperar para os próximos resultados?

Azul (AZUL4) – Embora sua taxa de ocupação tenha ficado abaixo da média para o período, a Azul (AZUL4) continua a reportar dados acima dos níveis de 2019.

Em janeiro, o volume total de passageiros transportados (RPK) cresceu 21% ano a ano e 14,5% mês ao mês, ao passo que a oferta total de assento (ASK) foi 23,2% maior ano a ano e 7,9% superior na base de comparação mensal.

A taxa de ocupação finalizou o mês em 82,3%, contra 83,8% no mesmo mês do ano passado.

Araújo e Noel projetam que o 4º trimestre traga consigo uma boa contribuição para o pagamento das dívidas.

Além disso, o presidente da Azul se diz confiante que as dívidas serão renegociadas, o que deve dar algum fôlego à empresa.

Segundo a apresentação realizada no Azul Day, a companhia espera reduzir sua alavancagem em cerca de 1x ao longo de 2023, o que faria com que ela começasse 2024 com uma relação Dív. Líquida/EBITDA de aproximadamente 3,0x.

Eles reiteram acreditar haver um espaço para uma desalavancagem. Porém, optam por tomar uma postura mais conservadora do que a própria companhia, frente as premissas de demanda e tarifa para 2023.

Analistas esperam que o processo de redução do endividamento aconteça de forma mais gradativa.

E, nesse sentido, mantêm recomendação de manter as ações para Azul (AZUL4), com preço-alvo de R$ 15,00 por papel.

Gol (GOLL4) – A Gol reportou dados neutros, opinou a Genial Investimentos. Apesar da recuperação na taxa de ocupação, a companhia ainda não conseguiu recuperar o mesmo nível de demanda de 2019. 

No início de fevereiro, a Gol anunciou a reestruturação de sua dívida junto a Abra, holding criada para administrar as operações da Gol e Avianca.

Em suma, a Abra vai se comprometer em adquirir certos bonds de alguns investidores e investir cerca de US$ 400 milhões na companhia.

Em troca, a Gol vai emitir 2 bonds à Abra, com vencimentos até 2028 e um custo de dívida de 18%.

Para essa operação, a Gol vai utilizar seu programa de fidelidade (SMILES) e propriedade intelectual (marca e peças de reposição), que foram avaliados em cerca de US$ 5,2 bilhões como garantia.

Serão recomprados, no mínimo, US$ 680 milhões dos atuais US$ 1.925 bilhões de notas sêniores emitidas pela companhia.

Contudo, Araújo e Noel pontuam que apenas parte desses são conversíveis em ações. Com isso, a Gol espera reduzir seu custo de dívida, além de reduzir parte de sua dívida com o aporte e conversão de parte da emissão em ações.

Os analistas opinam que a operação e a injeção de capital devem ajudar a Gol a cumprir parte de suas obrigações nos próximos dois anos. Contudo, o custo de dívida elevado aliado ao momento delicado da empresa e a incerteza sobre o setor ainda os deixa com uma visão negativa para o papel.

Nesse sentido, eles mantêm recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 5,40.

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