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Banco do Brasil (BBAS3): o que a S&P achou do desempenho em 2023?

Agência observou um forte desempenho operacional em 2023, em meio a NIMs mais altos e métricas de qualidade de ativos estáveis, apesar do ambiente econômico desafiador

Sede do Banco do Brasil - Marcelo Camargo, da Agência Brasil
Sede do Banco do Brasil - Marcelo Camargo, da Agência Brasil

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings espera que as atividades de negócios diversificadas do Banco do Brasil (BBAS3) continuem a sustentar a estabilidade de seus resultados e do balanço patrimonial.

Analistas destacam que a instituição se sobressai como um dos maiores bancos da América Latina, com forte diversificação e uma franquia líder de mercado, apesar da alta competição no mercado brasileiro.

A agência observou um forte desempenho operacional do BB em 2023, em meio a NIMs mais altos e métricas de qualidade de ativos estáveis, apesar do ambiente econômico desafiador.

“Apesar da fraca economia do Brasil, a entidade reportou um aumento de 10,90% no lucro líquido ano a ano em setembro. O sólido desempenho operacional do Banco do Brasil nesse período resultou da sua forte receita de intermediação financeira líquida e do risco de crédito estável”, destacou a S&P.

O crescimento de crédito do banco foi de 10,0% ano a ano, liderado pelo agronegócio, empréstimos para pequenas e médias empresas (PMEs) e empréstimos com desconto em folha de pagamento (consignados).

Apesar do maior risco econômico, a S&P crê que as perdas de crédito da entidade permanecerão contidas devido ao portfólio de baixo risco.

“Embora o índice de ativos problemáticos (NPA – nonperforming asset) do banco tenha aumentado para 2,8% em setembro de 2023, ante 1,8% um ano antes, esperamos que essa métrica permaneça abaixo de 3,5% nos próximos doze meses”, disseram os analistas.

O foco do Banco do Brasil em ativos de menor risco, como empréstimos ao agronegócio e consignados, bem como a flexibilidade que tem para reestruturar empréstimos para mitigar perdas potenciais, devem continuar a suportar as métricas de qualidade de ativos do banco, afirma a agência.

Como resultado, analistas esperam que o balanço patrimonial da instituição permaneça resiliente.

O perfil de crédito individual (SACP – stand-alone credit profile) do Banco do Brasil foi definido em ‘bbb’, mas a sua exposição ao risco soberano continua a limitar os ratings.

Os ratings do Brasil (BB-/Positiva/B e brAAA/Estável/–) limitam os da entidade porque, assim como outros bancos que operam no Brasil, o Banco do Brasil tem significativa exposição de ativos no mercado doméstico e ao soberano.

Além disso, analistas consideram o banco como uma entidade vinculada ao governo (GRE – government-related entity), uma vez que o Brasil desponta como o seu acionista majoritário. 

“Acreditamos que há uma probabilidade muito alta de o governo prover suporte extraordinário à instituição, exceto no caso de um default soberano. Portanto, nossos ratings do banco se limitam àqueles atribuídos ao Brasil”, concluiu a agência.

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