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BB (BBAS3): riscos políticos, mais despesas e imbróglio de Americanas. Vale a pena investir?

A Genial Investimentos disse esperar que o quarto trimestre de 2022 do Banco do Brasil (BBAS3) não tenha um descolamento grande em relação ao trimestre passado

A Genial Investimentos disse esperar que o quarto trimestre de 2022 do Banco do Brasil (BBAS3) não tenha um descolamento grande em relação ao trimestre passado, e mantenha:

  • – i) o ritmo de crescimento robusto na margem financeira (NII);
  • – ii) risco de crédito controlado; e
  • – iii) carteira de empréstimos puxada pelo agronegócio – devido, principalmente, ao Plano Safra. 

Em relatório, os analistas Eduardo Nishio e Wagner Biondo projetam também que as despesas seja um pouco maiores, em razão ao dissídio que ocorreu em setembro passado e que impacta o trimestre seguinte como um todo.

Dessa forma, calculam um lucro líquido de R$ 8,4 bilhões para o intervalo entre outubro e dezembro (4,1% acima do consenso), com ROE de 21%, um crescimento de 1,1% trimestre a trimestre e de 42,5% na base de comparação anual, dentro do guidance indicado pelo banco para o ano de 2022.

Americanas (AMER3)

Biondo e Nishio estimam que as provisões para o período venham levemente acima do trimestre passado, no valor de R$ 6,96 bilhões. Eles não esperam grandes surpresas nessa frente, devido ao mix conservador da carteira concentrado em grandes empresas e em crédito consignado para pessoa física.

Para 2023, esperam um impacto maior de pessoas físicas por conta do cenário econômico, mas não aguardam grandes surpresas devido ao mix.

O BB ainda não informou quanto vai provisionar em relação a Americanas. 

Se considerarmos uma provisão de 50% do montante da dívida após impostos,  o lucro esperado para 2023 pode ser reduzido em -1,1% – o que representa uma queda pouco expressiva frente ao realizado pelo Santander (SANB11) e esperado para o Bradesco (BBDC4).

De acordo com as informações colhidas até aqui, o volume baixo de exposição (R$ 1,36 bilhão) poderia fazer com que o banco provisionasse 100% no quarto trimestre mesmo, em semelhança ao Itaú (ITUB4) – 50% com novas provisões e 50% marcadas sob provisões complementares genéricas previamente reportadas.

Importante destacar que o Banco do Brasil seria o menos impactado em relação aos outros grandes bancos listados. 

E a política?

Biondo e Nishio calculam que o risco de ingerência política hoje seja menor que em 2012 quando algumas iniciativas (exemplo, Bom Pra Todos) levaram o banco a sair de um ROE de 15-20% para menos de 10%.

Mas isso demorou aproximadamente 4 anos para derrubar a rentabilidade para esse patamar de 10% em 2016.

Por isso, eles acreditam que o melhor a fazer seja monitorar as iniciativas de negócio do banco nos próximos trimestres.

Os números para esse ano estão bem contratados, a não ser que algum deslize de inadimplência derrube os resultados.

Desde 2016, inúmeros barreiras foram reforçadas como: a Lei das Estatais, criação de mais comitês com decisões em colegiado, aumento de transparência e um plano estratégico de 5 anos que não pode ser mudado muito.

Recomendações

Fora dos holofotes políticos, pelo menos por enquanto, a Genial Investimentos acredita que os bons resultados possam animar os investidores a impulsionar as ações do banco.

Barato, negociado a patamares bem atraentes com um valuation de 3,3x P/L 2023E e 0,7x P/VP 2022E (sem Americanas), analistas reiteraram a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 52,60.

Ao menos, Biondo e Nishio creem que o valuation baixo possa ser um piso para o preço do papel. 

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