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Braskem (BRKM5): desastre em Maceió seguirá impactando ação e mostra risco para investimento, diz XP

Para a casa, situação pode se agravar e interferir nas projeções de preço-alvo. Atualmente, a recomendação é neutra, com preço-alvo a R$ 27,00

- Divulgação
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O desastre ambiental ocasionado pela Braskem (BRKM5) em Maceió, deve seguir gerando baixa em suas ações e se configura como um risco para a tese de investimento da XP Investimentos, por algum tempo.

Nesta segunda-feira (4), dado o grande fluxo de notícias a respeito do risco de colapso que a cidade alagona vive, a XP mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 27,00 por ação BRKM5, mas destaca que a atual situação pode se agravar e interferir nesta projeção, levando o valor indicado para, pelo menos, R$ 1,00 a menos.

Na análise, a casa destaca que nos dois últimos pregões da B3, as ações da Braskem caíram R$ 2,44 (-12%), incorrendo em uma perda de R$ 2 bilhões para o valor de mercado da empresa (portanto, ~2x a potencial nova nota de R$ 1 bilhão), o que à primeira vista pode parecer uma reação exagerada.

"Por outro lado, notamos que as ações voltaram aos níveis que estavam sendo negociados antes da notícia de uma oferta não vinculante da Adnoc que fez os preços do BRKM5 dispararem (em 9 de novembro). Portanto, os mercados podem estar precificando que esse novo fluxo pode complicar o processo de M&A para a petroquímica", comenta a XP.

Atualizações do caso

A Defesa Civil de Alagoas decidiu, nesta segunda, manter o alerta máximo para risco de colapso na mina da Braskem em Maceió, que havia emitido na última quinta-feira (30). 

A região, apesar de uma redução no ritmo do afundamento do solo no final de semana, segue com sinais de que vai colapsar. Com média de afundamento de 0,3 cm por hora, o solo já cedeu cerca de 2 metros.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a velocidade de afundamento diminuiu e permanece estável, enquanto atualmente, apenas um de doze DGPS (dispositivos de alta precisão para detectar movimentos do solo) está em alerta máximo (chegou a seis de doze), e os tremores de terra diminuíram consideravelmente.

No entanto, a situação continua crítica e as autoridades ainda monitoram a velocidade de deslocamento da terra.

Na data de hoje, a Braskem também divulgou uma atualização sobre os eventos recentes, nela destacou que, nos últimos 4 anos, os moradores das áreas desocupadas mapeadas pela Defesa Civil foram realocados preventivamente e indenizados. Os moradores dos últimos 23 imóveis (que resistiram a deixar a área) foram realocados emergencialmente pelo poder público e a taxa de desocupação nas áreas de risco agora é de 100%.

Anteriormente, a companhia havia divulgado fato relevante em que afirmava que nova conta potencial de R$ 1 bilhão busca ampliar o mapa da área de criticidade no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF), com a atualização monetária correspondente aos valores praticados pelo programa.

Entre elas, um Programa de Reparação dos Danos Materiais causados pela suposta desvalorização do imóvel, bem como os supostos danos morais sofridos em decorrência da inclusão do imóvel no Mapa.

A Fitch Ratings afirmou que o colapso iminente de uma mina de sal localizada no estado de Alagoas pode impactar materialmente os fluxos de caixa da Braskem e pressionar seu rating (embora a Fitch ainda não o tenha modificado). A empresa de classificação de risco disse ainda que, no momento, as consequências de um possível incidente ainda são incertas.

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