Em relatório publicado na manhã desta segunda-feira (21), o Itaú BBA reiterou sua recomendação neutra para as ações de BTG Pactual (BPAC11), com o preço-justo de R$ 29,00 por ação para o ano de 2023.
De acordo com os analistas Mateus Raffaelli, Pedro Leduc e William Barranjard, o que faz o banco permanecer com sua visão cautelosa para os papéis são as incertezas políticas e macroeconômicas, que devem começar a afetar sua atividade e talvez diminuir o consenso otimista do tom das últimas estimativas.
Eles reduziram ligeiramente as projeções de lucro líquido ajustado para o ano fiscal de 2023, para R$ 9,2 bilhões. No material, incluem cenários pessimistas em que os lucros variam de R$ 8 bilhões a R$ 10,2 bilhões no ano.
Segundo o Itaú BBA, o BTG continua como um caso de grande e diversificada franquia, capaz de entregar 20% de ROEs por meio até mesmo de anos difíceis. No entanto, analistas creem ser improvável que os próximos lançamentos trimestrais sejam gatilhos, e as avaliações ainda não são uma pechincha a 11x P/L e 1,9X P/BV 2023E.
A incerteza política aumenta à medida que espera-se que os bancos tenham um papel significativo na próxima gestão, como o BNDES.
A discussão de resultados do BTG também está cada vez mais próxima dos grandes bancos, alegam Raffaelli, Leduc e Barranjard. Grande parte dos ganhos do BTG vêm de áreas de capital intensivo, como ganhos de juros, dizem.
As vendas e o comércio foram mais estáveis, mas também coincidiram com maior uso de capital, ponderaram. De acordo com o Itaú BBA, a própria carteira de crédito de grandes empresas em rápido crescimento carrega algum risco à medida que os NPLs se normalizam.
Analistas confessaram admiração pelos avanços do BTG na gestão de ativos e patrimônio.