
A mineradora Vale (VALE3) iniciou 2025 com um “tom mais construtivo”, afirma a análise da BTG Pactual que aponta cautela da companhia em relação ao mercado chinês.
Os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi afirmam que é “inegável que as coisas estão melhorando aqui, a partir de níveis muito deprimidos”. O banco manteve a recomendação “neutra” para as ações VALE3 com preço-alvo de US$ 11.
Por volta das 13:23 nesta sexta-feira (21), os papéis recuavam 0,25%, sendo cotados a R$ 57,59.
Resultados da Vale
As recomendações do BTG Pactual acompanham os resultados financeiros do quarto trimestre de 2024 da Vale divulgados na última quarta-feira (19). A companhia reportou um prejuízo líquido de US$ 694 milhões.
EBITDA proforma da Vale atingiu US$ 4,10 bilhões no quarto trimestre de 2024. Além disso, o CAPEX total da Vale em 2024 foi de US$ 6,0 bilhões, estável na comparação anual.
Por fim, o conselho da companhia aprovou a distribuição de US$ 1,984 bilhão em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), com pagamento agendado para março de 2025.
Fusão com a Banin
No mês passado, duas fontes do governo federal afirmaram que a Vale estaria em negociação para comprar da Bamim.
Para os analistas do BTG, a companhia está “fazendo seu dever de casa” e “tranquilizando os investidores de que qualquer decisão será técnica e baseada na economia”.
Negociações da Vale com a China
A grande questão para a Vale é em relação ao mercado chinês, onde a indústria siderúrgica continua operando com margens baixas. Assim, a taxa de operação permanece em torno de 85%.
Por isso, de acordo com o BTG, a Vale espera alguns ajustes de capacidade. Porém, o tempo não parece ser o certo.
Minério de ferro e desempenho operacional
Em relação às suas operações de minério de ferro, a Vale tem trabalhado para aumentar a capacidade das unidades de Vargem Grande e Capanema, mas isso deve levar algum tempo.
A mineradora priorizou a flexibilidade operacional e a maximização de valor, ajustando seus planos de vendas de acordo com as condições de mercado e a demanda dos clientes.
O BTG afirma que a companhia poderia ter vendido mais no 4º trimestre, mas decidiu seguir essa linha de priorização.
No segmento de metais básicos, a Vale alcançou bons resultados com o cobre, especialmente nas minas de Salobo e Sossego, com recordes de produção e ganhos em produtividade. No entanto, o desempenho do níquel ainda apresenta desafios.
Segundo os analistas, “as reduções de custos no níquel estão em andamento, mas mais esforços são necessários para reverter a situação do negócio”.
Para o BTG, a “linguagem corporal sugere que o níquel é uma prioridade muito menor do que no passado” e o “crescimento continuará focado no cobre e no minério de ferro, que receberão a maior parte das alocações de capital”.
Vale e Mariana
No caso de Mariana, a Vale acredita que o acordo é a melhor alternativa para todas as partes envolvidas.
De acordo com os analistas, a “empresa mantém que o acordo será o caminho preferido”.