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Dívida da Blau (BLAU3) sobe no 4T e BTG Pactual enxerga recuperação ainda distante; veja análise

Endividamento da farmacêutica saiu de R$ 92 milhões para R$ 163 milhões; banco manteve recomendação neutra para ação, por observar persistência de desafios

Sede Blau Farmacêutica - Reprodução
Sede Blau Farmacêutica - Reprodução

Os últimos três meses de 2023 foram bastante desafiadores para a Blau (BLAU3), na avaliação do BTG Pactual. Isso porque, a empresa registrou uma queda orgânica de 9% na receita líquida em relação ao ano anterior, enquanto seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) sofreu uma redução drástica de 57%.

Com isso, o banco manteve sua recomendação neutra para a ação, por observar que o processo de recuperação da empresa pode ser gradual e ainda distante. O preço-alvo sugerido para 2024 é de R$ 18,00 por papel.

A receita líquida atingiu R$ 388 milhões, um aumento de apenas 6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, excluindo o impacto da aquisição da Bergamo, a receita líquida teria diminuído em cerca de 9%, "um reflexo da mistura de vendas de medicamentos e de um cenário competitivo desafiador", comenta o BTG.

Embora a margem de lucro bruto tenha superado ligeiramente as previsões, alcançando R$ 120 milhões, representando um declínio de 26% em relação ao ano anterior, o EBITDA permaneceu em linha com as expectativas do BTG, com R$ 52 milhões.

"Esse valor representa uma queda acentuada de 57% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atribuída principalmente a despesas operacionais mais altas do que o previsto, incluindo despesas com pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), bem como custos administrativos elevados devido à consolidação da Bergamo", avaliou o banco.

A análise do BTG Pactual também destaca que a Blau optou por não divulgar a divisão detalhada de sua receita, o que limita a capacidade dos analistas de avaliar completamente a qualidade dos resultados.

No que diz respeito à geração de fluxo de caixa, a Blau registrou uma geração negativa de fluxo de caixa operacional no quarto trimestre, após investimentos em capital de R$ 25 milhões. "Isso foi impulsionado pela fraca performance do EBITDA, aumento dos investimentos em capital (10% superior ao ano anterior) e dinâmicas desfavoráveis de contas a receber e a pagar".

Além disso, o BTG destaca que a dívida líquida da Blau, excluindo os arrendamentos, aumentou para R$ 163 milhões no final do quarto trimestre, em comparação com R$ 92 milhões no trimestre anterior, refletindo também o pagamento de dividendos de R$ 27 milhões durante o período.

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