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Energia limpa da Petrobras (PETR4) não terá impacto imediato, afirma André Colares

O CEO da Smart House Investments explica que o mercado foca principlamente na capacidade das Companhias Abertas na B3 de aumentarem suas receitas

André Colares - Divulgação
André Colares - Divulgação

A Petrobras (PETR4) pretende adicionar 5GW de energia renovável ao seu portfólio, o que significa dobrar a sua capacidade através da utilização de fontes limpas de geração.

Grande parte virá de projetos de energia eólica e solar, que ainda serão desenvolvidos pela companhia.

“A iniciativa da Petrobras de reduzir sua emissão de carbono é uma jogada estratégica que alinha a empresa às crescentes demandas por responsabilidade ambiental e sustentabilidade, perante o mercado financeiro global. Essa movimentação é geralmente percebida de forma positiva pelos investidores, especialmente aqueles focados em investimentos sustentáveis e ESG (Ambiental, Social e Governança), que estão se tornando cada vez mais relevantes", explica André Colares, CEO da Smart House Investments.

No entanto, o executivo ressalta que pode haver incertezas em relação aos resultados e ao impacto financeiro a curto prazo, dada a complexidade da transição para fontes de energia menos poluentes e o investimento necessário para tal.

Para Colares, entre a intenção e a execução, até que o projeto realmente esteja operante, existe uma enorme complexidade.

“Os resultados da transição da Petrobras para a redução da emissão de carbono, tendem a ser mais perceptíveis no longo prazo. Essa mudança estrutural no modelo de negócios e nas operações da empresa exige investimentos significativos em tecnologia e infraestrutura, além de uma reorientação do portfólio de produtos. Os principais obstáculos incluem o custo da transição, a manutenção da competitividade durante o processo e a gestão das expectativas dos stakeholders”, aponta.

O investidor precisa entender que, apesar da iniciativa, esta tem um efeito muito maior na questão da imagem da empresa perante o mercado do que lucro na prática. Isso porque o principal ativo da empresa, logicamente, é o petróleo, usado para a fabricação de combustível e outros derivados, como o plástico, por exemplo.

“A companhia já afirmou que o início do projeto deve levar entre 10 e 15 anos para iniciar. Portanto, no curto prazo, não existirá nada. As iniciativas de ingressar no mundo verde podem tanto mitigar, quanto aumentar os efeitos das intervenções governamentais sobre o valor das ações. O mercado financeiro foca, em primeiro lugar, a capacidade das Companhias Abertas na B3 de aumentarem suas receitas e, consequentemente, ganharem uma maior margem de lucro. O resto acaba ficando em segundo plano”, finaliza Colares.
 

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